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PT sempre apoiou Marina no Meio Ambiente, diz Dirceu

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Por Sandra Hahn
Atualização:

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu lamentou hoje a possível saída da senadora Marina Silva (PT-AC) do partido - ela analisa convite para ingressar no PV e se candidatar à presidência da República em 2010 - e sustentou que o PT sempre a apoiou enquanto era titular do Ministério do Meio Ambiente, até mesmo algumas vezes contra o governo. Ele ponderou que as derrotas sofridas nas questões ambientais foram coletivas. "Nós sofremos derrotas", afirmou. "Nós todos juntos, não foi só ela." Dirceu disse também não ver espaço para uma "terceira via" nas candidaturas para as eleições presidenciais. Ao contrário da avaliação do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), Dirceu considera que uma eventual candidatura de Marina à Presidência não teria potencial para "implodir" a posição da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, nessa corrida eleitoral. "A candidatura da Dilma está fundada na força do PT, do presidente e da própria liderança dela", comentou ele, após encontro com o conselho editorial da revista "Voto", na capital gaúcha.Dirceu avaliou como improvável que o PV tenha capilaridade, militância e tempo na televisão para dar envergadura a uma possível candidatura de Marina. Ao mesmo tempo, indicou ver cenário pouco provável para uma "terceira via", ao calcular que os nomes de Dilma e do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ou de Dilma e o de Aécio Neves (governador de Minas Gerais) ocupariam quase 75% dos votos.O ex-ministro argumentou que o PT tem uma "história comum" com Marina e disse que "não foi fácil elegê-la senadora em 2002". Segundo ele, havia rejeição, resistência e pressão econômica na época contra sua candidatura. Repetindo comentário que fez hoje em seu blog, Dirceu observou que Marina deve seu mandato "ao povo do Acre, e ao PT e sua militância". Dirceu disse que o presidente Lula apoiou Marina e a prova disso foi sua manutenção no cargo no primeiro e no segundo mandatos, apesar das crises enfrentadas na área ambiental.Dirceu afirmou que vai trabalhar pela eleição de Dilma como um militante do partido, mas não terá função na campanha. "Eu não vou assumir nenhum cargo de coordenação e, na direção do PT, eu ainda vou decidir", observou ele, ao lembrar que seu nome consta na chapa ao comando da legenda, dizendo preferir "ficar como militante, ativista". Questionado sobre o companheiro ideal de chapa da ministra, Dirceu citou, entre os nomes possíveis, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) e o ministro das Comunicações, Hélio Costa, além de Ciro Gomes. Para ele, é mais provável que o PMDB forme aliança com o PT do que com o PSDB. "Durante o governo do Lula, o PMDB veio compor alianças com o PT nas eleições estaduais, municipais", constatou. "Foi um processo de seis anos", acrescentou Dirceu, que viajou a Porto Alegre a convite da revista, da qual é colunista.YedaAo comentar a crise política do Rio Grande do Sul e as denúncias contra o governo de Yeda Crusius (PSDB), Dirceu disse que "qualquer brasileiro tem que ter presunção de inocência e o devido processo legal". O ex-ministro ressaltou que não defende que ninguém deixe de ser investigado. Da mesma forma, avaliou que não há prova, até o momento, que leve à quebra de decoro do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e defendeu que os senadores do PT avaliem o mérito das acusações.Na esfera estadual, Dirceu também disse esperar que o ministro da Justiça, Tarso Genro, seja eleito para o governo, apesar das divergências que teve com o correligionário. Também fez uma avaliação positiva sobre a administração de Olívio Dutra (1999-2002). "Em alguns momentos, tensionamos o Estado além da conta", afirmou, "mas foi um governo correto", acrescentou ele, sobre as prioridades da gestão.

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