PT questiona Palocci sobre política econômica; ministro convence

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, foi duramente questionado por militantes do PT, enquanto era discutida a estratégia eleitoral do partido para este ano. Foram quase três horas de debate em que Palocci teve de explicar e justificar a condução da política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Dez militantes, de um total de 40 inscritos, fizeram duros questionamentos a Palocci, ao ministro da Casa Civil, José Dirceu, e ao presidente do PT, José Genoino. Alguns dos militantes se exaltaram ao perguntar sobre o valor do salário mínimo, a redução da taxa de juros e sobre os juros pagos aos credores internos e externos. Ao final, os militantes se diziam convencidos com as explicações dadas. Afinal, um dos argumentos usados pela cúpula é que não existe um militante que seja 99% petista. A única opção aceita pelo partido é ser 100% PT. "Não teremos as mesmas restrições que no ano passado, mas nem muitos investimentos", disse Palocci, segundo relato de participantes da sabatina. Foi o ministro da Fazenda que respondeu a maior parte das perguntas, mas José Dirceu concordou e reforçou várias das explicações. Sobre a redução dos juros, Palocci reafirmou que a tendência é a continuidade de uma queda gradual, a não que o impacto da alta do petróleo seja tão forte que obrigue o Banco Central a ser mais conservador. Palocci e Dirceu ponderaram que se os juros já tivessem caído mais no passado, talvez o governo tivesse que subir as taxas neste momento. Tanto Palocci quanto Dirceu rebateram as críticas sobre os recursos destinados ao pagamento das dívidas interna e externa, lembrando as conseqüências de quem optou pelo calote. O exemplo dado foi o do ex-presidente da Argentina Fernando de la Rúa, que depois de ter decretado a moratória caiu. O ex-presidente Fernando Collor de Melo também foi citado pelos ministros por ter caído após ter confiscado o dinheiro da população. Um duro questionamento foi feito sobre a elevação de apenas R$ 20 para o salário mínimo, que subiu para R$ 260. Além das restrições da Previdência, os ministros argumentaram que o salário mínimo teve aumento menor para que o Orçamento não fosse compromet ido e permitisse a destinação de verbas para projetos sociais, como o Bolsa Escola, e também para investimentos em infra-estrutura. Palocci também observou que o salário mínimo pode não ser tão alto, mas o pode de compra do trabalhador aumentou já que a inflação está sob controle.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.