PT protocola pedido de CPI do Rodoanel

Por Agencia Estado
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A bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo protocolou nesta quinta-feira um pedido de uma CPI para investigar todo o processo de construção do Rodoanel. O fato que levou a bancada a pedir a investigação foi o aditamento de R$ 236,9 milhões aos R$ 338,9 milhões previstos para o término das obras, inicialmente, um aumento de 70% no custo do trecho oeste. O deputado Emídio de Souza (PT) disse que o governo alegou encontrar a situação das obras de maneira diferente do que previa inicialmente, com terrenos rochosos e brejo. "Isso não se sustenta porque as companhias que estão à frente das obras têm larga experiência em construção de estradas. Não há justificativa porque essas companhias realizam estudos detalhados a respeito do subsolo", argumentou o deputado. Na próxima quarta-feira, o secretário de Transportes do Estado de São Paulo, Michael Paul Zeitlen, prestará um primeiro depoimento a respeito do aditamento. Os deputados petistas já pediram uma auditoria sobre as obras no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e também levaram o caso ao Ministério Público Estadual (MPE). Na próxima semana, a intenção é protocolar a representação no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Ministério Público Federal (MPF). "É importante levar o caso às instâncias federais porque grande parte da verba para a maior obra rodoviária do País, atualmente, provém da União", afirmou Souza. O deputado disse que a bancada do PT encontrou dificuldades para completar o número mínimo de assinaturas exigido nestes casos, que é de 32. "Nenhum deputado do PFL, PTB e PSDB quis assinar por razões óbvias. O governo só vê problema quando há um centavo a mais no preço do leite ou do açúcar", disse, se referindo aos preços pagos pela prefeitura de São Paulo acima dos encontrados em supermercados. Para o deputado, as desapropriações das terras que serão usadas para o Rodoanel são um caso à parte. "O governo solicitou, inicialmente, uma quantia de R$ 132 milhões e, até agora, já gastou R$ 185 milhões. O governo agora quer um total de R$ 307 milhões. São valores astronômicos", avaliou. De acordo com o deputado, a bancada do partido tem provas de que o metro quadrado de um terreno na região foi vendido a R$ 20 e uma outra área ao lado foi vendida por R$ 90.

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