PT no Senado defende relator de CPI e cobra apuração

Segundo Humberto Costa, CPI era parte de estratégia política da oposição para desqualificar governo Dilma

Por Ricardo Brito
Atualização:

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), defendeu nesta terça-feira, da tribuna do Senado, a atuação do relator da CPI da Petrobras da Casa, José Pimentel (PT-CE), da suspeita de ter participado da combinação de perguntas e respostas entre integrantes da comissão e a cúpula da estatal. Em contra-ataque à oposição, o petista cobrou a apuração de casos que envolvem os tucanos, como o da construção de um aeroporto em Cláudio (MG) num terreno que pertenceu a um parente do candidato do PSDB, Aécio Neves. A manifestação foi apoiada por petistas que se encontram em plenário. Pimentel fará logo mais um pronunciamento.

Graça Foster, presidente da Petrobras, José Pimentel e Humberto Costa durante audiência de depoimento na CPI Foto: ED FERREIRA/ESTADÃO

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"A CPI pretendida nesta Casa para investigar denúncias da Petrobras era parte de uma estratégia política da oposição para desqualificar o governo para atingir a presidenta Dilma", criticou Costa, ao destacar que não havia razão para se abrir uma CPI, uma vez que os casos que envolviam a Petrobras estavam sob a investigação de outros órgãos. Para o líder do PT, o vídeo trazido à tona pela revista

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no final de semana, em que integrantes da Petrobras conversam sobre o "gabarito" das apurações da CPI, é um "ajuntamento de tolices". "É um factoide", afirmou o ex-líder do PT no Senado Wellington Dias (PI).

Humberto Costa afirmou que não há crime na troca de informações entre as assessorias da CPI e da Petrobras. "Isso acontece em qualquer CPI, qualquer comissão. É absolutamente normal e natural. Não se trata aqui de uma delegacia de policia. Não há nada de ilegal nisso", constatou. Segundo ele, a CPI do Senado avançou mais do que a CPI mista, que é composta por deputados e senadores e cuja oposição tem atuado.

Os petistas cobraram investigação de casos envolvendo o PSDB, como o do aeroporto de Aécio e o do cartel do metrô em São Paulo. Costa disse achar "horrível" fazer prejulgamento, mas defendeu que é preciso apurar o caso da construção do aeroporto. "Aqui não estamos acusando de nada (sic). Porém, ao surgir uma farsa, que é farsa na verdade, os dedos acusadores da oposição e da mídia se voltam para pessoas dignas", disse.

Oposição

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O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), rebateu os oradores do PT e disse que quem está "pastando" na Petrobras é quem está promovendo negócios lesivos na estatal. "Quem está sangrando a Petrobras é uma gestão temerária que está fazendo que as ações da Petrobras estejam caindo", afirmou.

O tucano disse que a combinação das perguntas e respostas tem por objetivo blindar a presidente Dilma Rousseff. "O Senado foi aviltado", disse. O presidente do DEM e coordenador-geral da campanha de Aécio, Agripino Maia (DEM-RN), afirmou que os fatos não foram criados pela oposição. Em réplica, Humberto Costa disse que há um desejo de "forçar a barra" por causa da eleição de outubro. Num princípio de tumulto, o petista citou que foi o governo do PSDB quem quis privatizar a estatal. "Isto é mentira", rebateu, fora do microfone, Aloysio Nunes.

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