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PT gaúcho rompe relações com Clube da Cidadania

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Por Agencia Estado
Atualização:

A executiva estadual do PT gaúcho decidiu romper relações com o Clube de Seguros da Cidadania, entidade que intermediou doações para o partido durante a campanha de 1998 e que foi colocada sob suspeita por uma CPI na Assembléia Legislativa. Os dirigentes petistas também aprovaram a realização de uma campanha financeira entre os filiados para arrecadar recursos suficientes, em 90 dias, para a aquisição de uma nova sede, já que o prédio ocupado pelo partido pertence à seguradora. O imóvel custou R$ 310 mil ao Clube da Cidadania, além de R$ 80 mil pelas reformas realizadas. As várias denúncias que chegaram à CPI e as lacunas na contabilidade da entidade alimentaram as dúvidas sobre a origem dos recursos movimentados. Além da suspeita sobre recepção de dinheiro do jogo do bicho, os parlamentares descobriram que sindicatos empresariais também injetaram dinheiro no clube. Alguns contribuintes, por outro lado, declararam desconhecer que suas doações serviriam para a compra de uma sede para o PT. "O clube tinha total legalidade, e o dinheiro que ele arrecadou nesses cinco anos têm origem lícita, mas por conta dos acontecimentos - o clube já anunciou que não vai mais continuar - nós também não podemos morar mais aqui", justificou o presidente estadual do PT, Davi Stival. Publicamente, os líderes do PT seguem afirmando, como Stival, que o Clube da Cidadania não cometeu nenhum irregularidade. Internamente, entretanto, vários dirigentes reclamam da falta de transparência que marcou a relação do partido com a seguradora. "Nunca me falaram que tinha dinheiro do empresariado", disse o ex-prefeito Raul Pont, na reunião da executiva. A proposta de rompimento com o clube e devolução da sede foi aprovada por unanimidade na executiva. Apenas três integrantes da Articulação de Esquerda (corrente do presidente do clube, Diógenes de Oliveira, que usou o nome do governador Olívio Dutra para pedir que bicheiros não fossem reprimidos pela polícia) se abstiveram na votação. Eles argumentavam que a ruptura de relações poderia significar um "atestado de culpa". Alguns integrantes do PT, como as deputadas Maria do Rosário e Luciana Genro, continuam defendendo que o partido abra uma sindicância interna para apurar as responsabilidades de outros dirigentes petistas - além de Diógenes, que pediu seu afastamento voluntariamente. A maioria da executiva, entretanto, quer deixar o assunto exclusivamente nas mãos do Ministério Público, que analisará o relatório da CPI depois de sua votação no plenário da Assembléia.

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