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PT fecha questão no mínimo. Votação deve começar às 12h

Por Agencia Estado
Atualização:

Por 36 votos a 17, com uma abstenção, a bancada do PT decidiu ontem à noite fechar questão a favor da aprovação da medida provisória que fixou em R$ 260,00 o valor do salário mínimo, que deverá ser votada pelo plenário da Câmara hoje, em sessão extraordinária. O presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), convocou uma sessão extraordinária da casa para hoje, às 12 horas, para votar a medida provisória. O objetivo de João Paulo é votar a proposta do governo antes do jogo de futebol entre Brasil e Argentina. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, participou da reunião da bancada petista. Ao sair, fez declarações reforçando os argumentos da equipe econômica para não conceder um aumento maior. Disse que o governo está investindo, neste ano, R$ 10,5 bilhões na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) e no programa Bolsa-Família. "São opções que o governo tem feito de transferência de renda que são tão importantes quanto o salário mínimo", afirmou. Palocci disse ainda que não é viável dar um aumento maior neste momento para o salário mínimo e rejeitou a proposta do deputado petista Virgílio Guimarães de concessão de um novo reajuste do salário mínimo em novembro. "Não há argumento que sustente a proposta de se discutir um aumento daqui a alguns meses para o mínimo." Sobre o compromisso do presidente Lula de dobrar o valor real do salário mínimo em quatro anos, o ministro da Fazenda observou que é preciso levar em conta não apenas o valor básico do mínimo, mas de que forma o salário atende às necessidades das famílias. "Muita gente se esquece de que o governo deu, neste momento, um salário mínimo de R$ 260,00, mas deu também um aumento de mais de 50% no salário-família. Um trabalhador com dois filhos, que é a média, receberá, na verdade, R$ 300,00. Esse é o resultado de uma política que considera parte do salário mínimo o salário-família." O ministro disse ainda que não foi para convencer a bancada a votar a favor do mínimo que se reuniu com os deputados. "A bancada sabe de suas responsabilidades e da sua grande contribuição ao governo", afirmou. O deputado Ivan Valente (PT-SP), um dos que prometem votar contra o mínimo de R$ 260,00, afirmou que o ministro não conseguiu convencê-lo. "O governo fez uma opção de não mexer no superávit primário. O ministro afirmou que, quanto maior o superávit, melhor, porque gera menos inflação". O presidente do PT, José Genoíno, está confiante em que as dissidências na bancada serão poucas.

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