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PT e PMDB são campeões de emendas no Turismo

Juntos, os dois partidos respondem por 36,5% das emendas individuais do setor, cujos gastos, no Orçamento de 2011, chegam a R$ 3,5 bilhões

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - Parlamentares de PMDB e PT foram os que mais destinaram emendas individuais ao Ministério do Turismo durante a elaboração do Orçamento de 2011. Os dois partidos estão no centro da Operação Voucher da Polícia Federal, que investiga desvio de recursos na pasta decorrentes justamente de uma emenda parlamentar apresentada pela deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP).

 

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A área de Turismo é tradicionalmente das mais infladas no Congresso. No ano passado, o Executivo propôs gastos de R$ 862 milhões no setor, mas os congressistas elevaram esse montante para mais de R$ 3,5 bilhões.

 

 

No ano passado, quando foram elaboradas as emendas, o PMDB tinha a maior bancada. Mas não apenas esse dado tornou o partido líder do ranking do Turismo. Dividindo o valor destinado pelo partido pelo número de parlamentares observa-se que os peemedebistas destinaram à área mais de 20% do total de emendas individuais a que tinham direito. Foram R$ 2,671 milhões, em média, por peemedebista.

 

O mesmo acontece no PT, que em 2010 era o segundo em tamanho no Congresso. Os petistas, na média, destinaram R$ 2,652 milhões cada para a área. Cada parlamentar pode destinar livremente R$ 13 milhões no Orçamento do ano passado.

 

Oposição. Depois dos dois maiores partidos da base aliada aparece uma legenda da oposição na lista por volume de recursos. Parlamentares do DEM destinaram R$ 177 milhões para a área. Na sequência aparecem PR, com R$ 130,7 milhões, PSDB, com R$ 126,7 milhões, e PTB, com R$ 113,3 milhões.

 

Proporcionalmente, a bancada o PTB ocupa a primeira posição. Na média, cada petebista destinou R$ 3,9 milhões para o Turismo. Na sequência aparecem PR, PRB, PP, PMDB e PT.

 

O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), lembra que não é a primeira vez que a área do Turismo é envolvida em escândalos. "É uma tabela interessante porque é reveladora do nível de aposta de cada partido no Turismo, que, pelo visto, anda muito contaminado por políticas tacanhas."

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Alencar destaca que as emendas individuais têm como "vulnerabilidade" possibilitar desvios e fraudes utilizando organizações não governamentais de fachada. Ele observa ainda que na semana passada parlamentares governistas fizeram uma "greve branca" para protestar justamente pelo não pagamento de emendas.

 

O governo ficou de elaborar um cronograma para a liberação desses recursos e deve começar a abrir o cofre a partir desta semana, ainda que no próprio Congresso não se considere o desvio encontrado no Ministério do Turismo como um caso isolado. A expectativa dos governistas é que o Executivo se comprometa com a liberação de R$ 5 bilhões em emendas até o fim do ano.

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