
01 de fevereiro de 2009 | 13h40
Os dois candidatos à presidência do Senado, o petista Tião Viana e o peemedebista José Sarney, começaram este domingo, 1, indo à missa em locais diferentes da capital federal, mas a campanha pelos votos dos senadores continua intensa na véspera da eleição. A partir das 14h deste domingo, 1, a líder do PT no Senado, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), irá concentrar os esforços do partido para eleger Tião Viana numa assembleia permanente na liderança do PT. O objetivo é refazer os contatos finais com senadores para garantir voto a voto. "Sabemos que a batalha é difícil, vamos ter de suar muito a camisa, mas podemos ganhar e nossa expectativa é de vitória", disse a senadora hoje pela manhã. Veja também: PMDB tenta dupla vitória para se cacifar ainda mais rumo a 2010 Entenda a disputa no Congresso A sucessão dos presidentes do Senado Opine: Quem vai ganhar no Senado e na Câmara? A concentração dos petistas não exclui aliados importantes, como lideranças do PSDB e PSB. O senador capixaba Renato Casagrande (PSB-ES) já está em Brasília para fortalecer a campanha de Tião Viana. Ideli reconheceu neste domingo, 1, a importância do apoio dos tucanos à candidatura petista. "Estou muito com feliz com o fato de o PSDB ter separado a agenda de 2010 da pauta da sucessão no Senado. Esse apoio foi fundamental", elogiou, admitindo que só a partir dessa adesão a candidatura de Tião Viana ganhou viabilidade. O esforço da reta final da disputa ainda prevê um jantar organizado pelo líder tucano Arthur Virgílio (PSDB-AM) com a bancada do PSDB para fechar posição de apoio a Tião Viana. Além disso, Virgílio deverá aproveitar a oportunidade para advertir o senador tucano Papaléo Paes (PSDB-AM), que fez declarações públicas em favor de José Sarney, de quem é amigo pessoal. O jantar será na casa do senador Marconi Perillo (PSDB-GO).A campanha do PMDB garante que José Sarney irá vencer a disputa com pelo menos 50 votos, mas também manifesta preocupação com o peso de um apoio do governo à candidatura de Tião Viana. O grupo que apoia Sarney acusa o petista de tentar confundir apoio partidário com apoio do governo, mas lembra que uma boa prova de que o Palácio do Planalto não está interferindo na eleição é o fato de o líder peemedebista Renan Calheiros e o senador José Sarney terem sido recebidos pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva, enquanto o candidato petista não teve essa oportunidade.Nos bastidores, no entanto, o PMDB queixa-se de que o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, estaria trabalhando a favor de Tião Viana. Esse comportamento já teria, inclusive, levado Sarney a ligar para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para pedir neutralidade do governo e reclamar da atuação de Carvalho. Enquanto o PT concentra esforços na reta final da eleição na liderança do partido no Senado para garantir mais votos, o senador Sarney está na sua casa em Brasília, onde faz os últimos contatos e articulações por telefone, na companhia da filha, a senadora Roseana Sarney. O esforço peemedebista é atrair o maior número de votos dentro do PSDB, enquanto a estratégia petista hoje é obter votos entre o maior número de dissidentes no PMDB. PTB O ministro das Relações Institucionais, José Múcio, pediu neste domingo, 1, após reunião na liderança do PTB na Câmara em apoio à candidatura do deputado Michel Temer à presidência da casa, cuidado e cautela para que as eleições no Congresso não acabem maculando a relação entre os partidos da base aliada do governo. Múcio lembrou que todos os candidatos, tanto na Câmara quanto no Senado, são da base aliada. "Precaução é a palavra de ordem. É preciso entender que essa eleição é um episódio das casas", disse ele. Questionado se o governo, que já deixou claro que apoia Temer na Câmara, prefere a candidatura do peemedebista José Sarney ou do petista Tião Viana no Senado, o ministro respondeu que não se trata de gosto. "Não é que o governo goste mais, mas há candidaturas postas há mais tempo, e existe candidatura que engloba um número maior de partidos. No caso da Câmara, a coisa é mais ampla, mais fácil de ser diluída. No caso do Senado, a coisa é mais apertada, mais delicada", explicou Múcio. A candidatura de Tião Viana, do PT, à presidência do Senado foi lançada há pelo menos três meses, enquanto o senador José Sarney, do PMDB, só decidiu se candidatar na semana passada. O deputado Michel Temer e o ministro José Múcio vão participar agora de um almoço em apoio à candidatura peemedebista à presidência da Câmara na casa do líder do PR, deputado Luciano Castro (PR-RR). Articuladores da campanha de Temer calculam que o deputado terá no mínimo 340 votos na disputa pelo comando da Câmara. Ao longo da tarde de hoje, estão previstas diversas reuniões de partidos e candidatos que disputam a presidência da Câmara dos Deputados. Os candidatos Ciro Nogueira (PP-PI) e Aldo Rebello (PCdoB-SP) também estiveram na Câmara pela manhã, em reuniões de campanha. (com Eugênia Lopes, de O Estado de S. Paulo)
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