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PT do Congresso quer CPI para investigar cartel em SP

Por Daiene Cardoso
Atualização:

O PT da Câmara e do Senado decidiu iniciar a coleta de assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a denúncia de formação de cartel dos trens em licitações do governo paulista. As assinaturas estão sendo coletadas pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), na Câmara, e por Wellington Dias (PI), líder do partido no Senado.Segundo Teixeira, será definido nesta quarta-feira, 7, se a comissão será mista (com senadores) ou apenas formada por deputados. "Um pedido de CPI não tem pré-julgamento sobre nenhuma pessoa, é para investigar", argumentou o deputado do PT.Na tarde desta terça, os deputados Amauri Teixeira (PT-BA) e o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), trocaram farpas no plenário. O parlamentar baiano fez um discurso atacando o "propinoduto tucano" e a indefinição sobre o início do julgamento do mensalão mineiro, apontado por Amauri Teixeira como o esquema original. Sampaio saiu em defesa dos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra e disse que o PT carrega a pecha de pagar mesada a parlamentares e desviar dinheiro público.O Ministério Público já investiga a atuação do cartel em licitações do governo de São Paulo. O alvo principal é apurar o suposto enriquecimento ilícito de agentes públicos e improbidade administrativa ocorrida antes e durante a execução dos contratos.A devassa ocorre após a Siemens e seus executivos da Siemens fazerem um acordo de leniência assinado pela empresa com as autoridades do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e dos Ministérios Público Estadual e Federal, em 22 de maio. Por meio desse acordo, a empresa alemã e seus executivos entregaram e-mails, documentos e agendas que comprovariam os acertos praticados pelo suposto cartel envolvendo 20 empresas. O grupo obteve sucesso em cinco casos e perdeu uma licitação porque um dos participantes rompeu o trato.O suposto cartel assinou contratos com valores atualizados que, somados, chegam a R$ 1,925 bilhão. Um documento da empresa alemã afirma que o preço competitivo seria 30% inferior se não houvesse cartel. Assim, o governo do Estado poderia ter economizado R$ 557 milhões caso a livre concorrência não tivesse sido praticamente eliminada pela ação do grupo."As denúncias são contundentes, há provas materiais da formação de cartel com desvios de cifras milionárias dos cofres públicos", disse o líder da bancada petista na Câmara, José Guimarães (CE).

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