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PT disputa 19 capitais e prioriza aliança com PMDB

Partido terá cautela este ano e não anunciará meta de prefeituras; na última eleição, número frustrou

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Por CARMEN MUNARI
Atualização:

Nesta eleição, o PT vai evitar ao máximo o anúncio de uma meta de prefeituras que o partido pretende conquistar. Ficou escaldado com a campanha de 2004, quando um dirigente falou em mil cidades e o saldo foi de 411 em todo o País. Mesmo ocupando a Presidência da República, o PT conquistou há quatro anos menos de 10% das 5.565 prefeituras do País, mas cresceu 120% em relação ao desempenho da eleição de 2000, quando ganhou apenas 187 delas. Veja também: De olho em 2010, PSDB concorre em 11 capitais Pleitos municipais testam projeto do novo PFL PMDB aposta em líderes regionais para manter marca Enquanto o PT cresceu, os adversários (PSDB e DEM), e o agora aliado PMDB, sofreram redução. "Não vamos fixar uma meta pública porque isso vira uma competição de avaliações. Mas claro que temos metas internas", disse à Reuters o deputado Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT. Em outra frente, o partido - conhecido pela concentração de poder - realizou levantamento minucioso que aponta um ligeiro aumento das alianças com partidos aliados em capitais e cidades com mais de 200 mil habitantes. Em 2004, a legenda teve candidaturas próprias em 65 capitais e municípios com mais de 200 mil habitantes e fez alianças em 14. Neste ano, concorre com candidaturas próprias em 58 cidades e se aliou em outras 21. As alianças atingiram 18% do total em 2004 e 27% neste ano, o que mostra crescimento nas adesões. Na soma, os municípios em que o PT está concorrendo sozinho ou em coligação são os mesmos que em 2004 e neste ano: 79, sendo 19 capitais. Dados do partido indicam que essas cidades representam 36% do eleitorado e reúnem 46 milhões de eleitores.  Berzoini acredita que o partido tem candidaturas "viáveis" neste ano. Nas capitais, pesquisa Datafolha divulgada na semana passada indica que o PT, como cabeça de chapa, lidera em São Paulo, com Marta Suplicy, empatada tecnicamente com Geraldo Alckmin (PSDB).  Em Porto Alegre, o empate é no segundo lugar, entre a petista Maria do Rosário e Manuela D'Ávila (PCdoB). Também em Recife o empate é na vice-liderança, entre João da Costa (PT) e Cadoca (PSC). Em Fortaleza, o Datafolha mostra um novo empate para o partido, desta vez entre a prefeita Luizianne Lins (PT) e Moroni Torgan (DEM) na liderança. Na capital de Minas Gerais, o PT não apovou um acordo formal com o PSDB, mas mesmo assim as duas legendas compartilham a adesão ao candidato Márcio Lacerda (PSB), ex-secretário tucano, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas. PMDB na frente O principal aliado do partido nesta eleição é o PMDB, seguido pelo PSB, PDT e PCdoB, entre outras legendas menores. Trata-se de uma mudança do PT, que em 2004 não apoiou um único canidato peemedebista. As concessões ao PMDB incluíram o apoio à reeleição do ex-adversário Iris Rezende em Goiânia, em que o PT é vice na chapa. Ex-governador de Goiás por dois mandatos, Iris foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) e derrotou o então prefeito Pedro Wilson, do PT, em 2004. "Na eleição, o PT luta para manter as diretrizes nacionais. Fizemos alianças com partidos de esquerda e com os partidos da base de Lula, com atenção especial ao PMDB por ter apoiado o presidente", disse Gleber Naime, membro da Executiva Nacional do PT e do Grupo de Trabalho Eleitoral da legenda. Nas capitais onde o PMDB é "inimigo histórico" dos petistas, segundo Naime, as alianças foram rechaçadas, como Campo Grande, Porto Alegre e Recife. Em cidades menores, no entanto, há um grande número de alianças com o PSDB, partido adversário no plano nacional, em coligações de apoio a um candidato que pode ou não ser originário de uma das duas siglas. Um levantamento preliminar do Tribunal Superior Eleitoral aponta aliança PT-PSDB em mais de mil cidades. O partido vai expor nas campanhas as principais ações do governo Lula nas cidades, como os programas sociais do Bolsa Família e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os petistas contam ainda com a participação do próprio presidente Lula nas campanhas, além dos ministros. "É importante um partido forte após a crise de 2005 e para a sucessão presidencial de 2010, quando Lula não será candidato, mas será um excelente cabo eleitoral", disse Naime, referindo-se ao mensalão.

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