PT discute programa em evento que lançará Dilma candidata

Ponto alto do evento será aclamação de Dilma Roussef como candidata do partido, no sábado.

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Por Fabrícia Peixoto
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Cerca de 1,5 mil integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) se reúnem a partir desta quinta-feira, em Brasília, para discutir as diretrizes políticas que poderão ser adotadas pelo candidato do partido à sucessão presidencial. O principal momento do congresso, porém, será no sábado, com a aclamação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, como candidata do PT ao Palácio do Planalto. A previsão dos organizadores é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja a seu lado nesse momento. Um dos desafios da ministra será o de estreitar sua relação com o PT, partido no qual está filiada há apenas nove anos. Um deputado da base governista disse à BBC Brasil que tanto Dilma como o PT terão de "digerir da melhor forma possível" o fato de a candidatura da ministra ter sido uma escolha pessoal do presidente Lula e não do partido. Em seu discurso de encerramento, Dilma deverá mencionar a política econômica do governo Lula como "case de sucesso", deixando clara sua intenção em manter esse modelo. Propostas A mensagem tem dois objetivos, segundo um assessor próximo à ministra: servir como contrapeso à proposta mais "esquerdista" do PT, equilibrando o discurso; e o de forçar um embate com o PSDB nesse campo. Entre as propostas do partido para as diretrizes de governo, que serão aprovadas nesta sexta-feira, estão uma maior participação do estado na economia, a defesa de uma comissão da verdade sobre o regime militar e o apoio à esquerda na América Latina. Apesar de já ser tratada como a candidata do PT à presidência, a ministra não teve participação direta na elaboração das diretrizes do partido, segundo um de seus assessores. A ideia é de que, nessa fase, as diretrizes de governo sejam tratadas apenas no âmbito do PT, sob a coordenação de Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência. Nos últimos dias foram feitos "ajustes" na redação do texto, supostamente a pedido de Lula. O presidente estaria preocupado com um possível "desencontro" de algumas propostas, consideradas radicais, com seu próprio governo. Nesta quinta-feira, Garcia minimizou a importância de mudanças no texto e disse que o programa "reproduz estritamente" as linhas políticas do governo Lula. Participação De acordo com essa mesma fonte, a participação da ministra deverá ser mais intensa a partir das discussões com os outros partidos aliados, o que deve acontecer a partir de abril. O programa final da candidatura de Dilma Roussef será, basicamente, o resultado da junção das diretrizes do PT com a do PMDB, principal partido da base aliada. Em discurso durante a convenção do PMDB, há cerca de duas semanas, o presidente do partido, Michel Temer (um dos cotados à vice-presidência na chapa da ministra Dilma), disse que os partidos terão de encontrar "pontos de convergência" entre os programas de governo. Mesmo depois de saudada como candidata do PT à presidência, a ministra Dilma Roussef deverá ficar à frente da Casa Civil até o dia 3 de abril, data limite para a desincompatibilização. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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