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PT defende cartões corporativos e denuncia gastos de Serra

Nota desafia tucanos de SP a demonstrar gastos de R$ 108 milhões em 2007 e fala em conspiração da oposição

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Por Felipe Recondo , Denise Madueño e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Reunidos no final de semana em Brasília, petistas adotaram um discurso de ataque ao PSDB para defender o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das denúncias do mau uso dos cartões corporativos. Em tom de desafio, petistas afirmaram que o governo do tucano José Serra em São Paulo gasta muito com os cartões e não tem transparência na prestação de contas. No ano passado, o governo paulista gastou R$ 108 milhões por meio de 42.315 cartões usados por cerca de 20 mil servidores.   Veja também: Veja a cronologia do escândalo dos cartões  Entenda o que são os cartões corporativos do governo Despesas sigilosas do governo dobram em 4 anos e superam R$ 35 milhões Governo de SP gasta R$108 mi com cartão mas não detalha despesa PT quer CPI sobre cartões do governo de São Paulo Enquete: o governo deve acabar com os cartões corporativos?   A crise dos cartões que, ainda no início, provocou a demissão da ministra da Igualdade Social, a petista Matilde Ribeiro, foi um dos pontos discutidos pelo partido na reunião de posse do Diretório Nacional e eleição da Executiva do partido em Brasília. A avaliação dos dirigentes petistas é que o PSDB e o DEM, partidos de oposição, querem montar uma crise e usar politicamente "erros administrativos", como classificam os petistas, no uso dos cartões para tentar deixar o governo Lula sob suspeição permanente.   "O PT deve denunciar a ação demagógica e pseudo-moralista intentada por setores reacionários da vida política nacional que, a todo preço e com evidente má-fé e hipocrisia, procuram transformar esta questão em uma gigantesca crise política que desgaste a imagem do governo do presidente Lula perante a opinião pública", diz a nota aprovada pelo Diretório Nacional do PT na noite deste sábado, 9.   Investigação   "No campeonato de combate à corrupção, nosso governo ganha", afirmou ontem o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). "O meu desafio é que o PSDB monte um site para divulgar os gastos feitos pelo governo de São Paulo. Em São Paulo, não há transparência no uso dos cartões", provocou. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), adotou o discurso estratégico de puxar o PSDB para o foco de atenção sobre o dos cartões sempre que é questionado sobre os gastos do governo de Lula.   "Queremos que tudo seja investigado. Tanto é que estamos fazendo uma CPI. Esperamos que outros governos também proponham uma CPI", afirmou Berzoini. "É importante que nenhum governante crie obstáculos para investigação. O presidente Lula já determinou uma investigação profunda, que seja séria e que não seja uma disputa política. Eu espero que os governadores de todos os Estados onde haja problema também não façam nenhum tipo de movimento para impedir a fiscalização e a investigação", disse Berzoini, referindo-se indiretamente ao governo Serra.   Para dividir o foco dos cartões, os petistas não apenas defenderam a investigação nos Estados, como foram claros ao afirmar que as apurações quanto aos gastos no âmbito do governo federal devem ser estendidas à época do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando essa sistemática de gastos entrou em vigor.

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