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PT contesta presença do Serviço Secreto no Brasil

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Por Agencia Estado
Atualização:

A criação de um escritório do Serviço Secreto dos Estados Unidos no Brasil está causando polêmica. O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), apresentou, à mesa da Câmara, denúncia por crime de responsabilidade contra o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer. De acordo com ele, o governo não poderia autorizar a abertura do escritório sem a autorização do Congresso. O pedido do parlamentar ainda será analisado pela mesa da Câmara, para que sejam tomadas as medidas cabíveis. Segundo Greenhalgh, a Constituição determina que compete ao Congresso autorizar "o trânsito ou a permanência em território brasileiro de forças estrangeiras". Com ele, também concorda o deputado José Genoíno (PT-SP). "O governo agiu de maneira equivocada. O temor é que o Brasil vire alvo dessa histeria militarista", ressaltou Genoíno. Para o senador tucano Romero Jucá (RR), o governo brasileiro só quer combater a violência, as drogas e a lavagem de dinheiro. "Em minha opinião, isso é intriga política, uma onda eleitoreira", completou o senador. "Essas estruturas de combate ao crime devem ser criadas em todo o mundo, mas com a autonomia de cada país". De acordo com um funcionário do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil impôs algumas condições aos EUA para autorizar vinda de dois agentes e um assistente administrativo do órgão. Uma delas seria a reciprocidade, ou seja, o Brasil também poderia enviar funcionários de seu serviço secreto àquele País. O governo também pediu para que os funcionários norte-americanos fiquem restritos somente à jurisdição em São Paulo. "Não entendo porque um escritório do US Secret Service pode ser uma ameaça ao Brasil", disse o adido de Imprensa da Embaixada dos Estados Unidos, Terry Davidson. "O crime não respeita fronteiras". Os funcionários, explicou Davidson, investigarão casos de lavagem de dinheiro e falsificação de dólares em conjunto com o Banco Central, a Polícia Federal e o Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). O Serviço Secreto - ligado ao Departamento do Tesouro americano - também dá proteção às autoridades de alto escalão, incluindo o presidente da República, o vice-presidente e seus familiares. Este será o segundo escritório do Serviço na América Latina - o primeiro funciona em Bogotá, na Colômbia. Outros 15 escritórios funcionam em cidades como Paris, Londres, Berlim, Hong Kong, Bangcoc, Otawa e Moscou. O Brasil também tem escritórios do FBI e do Departamento Anti-Drogas dos Estados Unidos (DEA).

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