PT comanda obstrução e impede minirreforma eleitoral para 2014

Petistas queriam avançar no debate da reforma política e foram acompanhados pelo PSB, PDT e PC do B, partidos que apoiavam a convocação de um plebiscito

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Por Eduardo Bresciani
Atualização:

Uma ação de obstrução comandada pelo PT no plenário da Câmara na noite desta terça-feira, 1º, impediu a votação da proposta de uma minirreforma eleitoral cujas alterações tivessem validade para 2014. Uma nova sessão para debater o tema foi chamada para esta quarta-feira, mas o próprio presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), já admitiu que devido ao prazo de filiação partidária estar próximo do fim, já que acaba no dia 5, o quórum na Casa deverá estar prejudicado ao longo da semana.O PT comandou o movimento para impedir a votação porque desejava ter avançado no debate da reforma política. Foi acompanhado por PSB, PDT e PC do B, partidos que apoiaram proposta de decreto legislativo para convocar um plebiscito sobre o tema. Os outros partidos, liderados pelo PMDB, tentaram ainda aprovar as mudanças na legislação eleitoral, mas não conseguiram alcançar número para sustentar as alterações.O texto em debate tem origem no Senado, onde foi aprovado há duas semanas. A mudança mais polêmica era a permissão de doação eleitoral de sócios, acionistas e empresas associadas a concessionárias ou permissionárias de serviço público. Havia acordo na Câmara para retirar essa proposta e devolver o texto ao Senado, mesmo com o curto tempo até a sanção, que teria de ser realizada até o dia 5 de outubro.O objetivo declarado do projeto era reduzir os custos de campanha. Havia a proibição de faixas, cartazes e cavaletes e limitação de número de cabos eleitorais. Enquetes, consultas sem parâmetros científicos, estariam proibidas. Parlamentares contrários à proposta argumentaram que as medidas beneficiariam candidatos conhecidos, dificultando a eleição de quem ainda não tem mandato.

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