PT cobra participação na elaboração de políticas no RJ

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Por Bruno Boghossian
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Buscando ganhar espaço no governo do Rio de Janeiro, os seis deputados estaduais eleitos pelo PT se reuniram hoje com o governador Sérgio Cabral (PMDB) para cobrar maior participação do partido na elaboração das políticas públicas do Estado. Os petistas receberam do governador a promessa de que serão incluídos no processo de tomada de decisões, mas deixaram o encontro sem definições quanto ao novo secretariado.Aliado de primeira hora na campanha de Cabral à reeleição, o PT exige um novo tratamento no segundo mandato do peemedebista. Em 2006, a legenda lançou candidato próprio ao governo do Rio e só apoiou Cabral no segundo turno, recebendo, em troca, um espaço tímido em sua gestão. Com o apoio concedido desde o início da disputa, os petistas acreditam que seu papel de aliado merece crescer a partir do ano que vem."O governador quer que o PT participe muito mais da elaboração das políticas públicas do governo", disse o deputado Carlos Minc. "Não tem sentido nós darmos sustentação ao governo e saber de suas mensagens apenas pelo Diário Oficial", completou.No Rio, PT e PMDB desempenham papéis inversos aos interpretados no governo federal. Em 2010, o PMDB integrou, pela primeira vez, a chapa petista à Presidência da República. Com a vitória nas urnas, o partido promete participar ativamente das decisões do novo governo.Durante um almoço no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, os parlamentares do PT se posicionaram como parceiros estratégicos nas votações da Assembleia Legislativa (Alerj). Os deputados petistas entendem que ganharam peso nas eleições de outubro, pois a bancada do partido passou de cinco para seis deputados na casa, enquanto o PMDB perdeu sete cadeiras e as principais legendas de oposição ganharam três."A situação na Assembleia está mais dividida, mais complexa. O PMDB manteve a maior bancada, mas passou de 19 para 12 deputados. O PDT (aliado de Cabral) tem 11 parlamentares, mas tem uma bancada muito heterogênea. E o PR, apesar de também ser heterogêneo, deve ser oposição, com 9 cadeiras", avaliou Minc.O parlamentar acredita que, com seis parlamentares a partir de 2011, o PT chega à Alerj com mais força ao lado do governador, por apresentar uma bancada mais "homogênea", alinhada com boa parte dos programas de Cabral.Na reunião, o governador também informou aos parlamentares petistas que apoia a indicação do deputado Paulo Melo (PMDB) à presidência da Alerj. O PMDB ainda não escolheu oficialmente seu candidato, mas o PT deve votar em bloco no nome apontado pelo partido de maior bancada - o próprio PMDB.Os deputados petistas esperam que sua participação na Assembleia se consolide a partir do ano que vem. O partido comanda o segundo maior número de comissões da casa - quatro, contra cinco do PMDB - e tem a 2ª vice-presidência.

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