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PSOL registra pedido de investigação contra novo senador

Por NATUZA NERY
Atualização:

Um hora depois de tomar posse no Senado e ganhar foro privilegiado, Gim Argello (PTB-DF), suplente de Joaquim Roriz (PMDB-DF), já foi alvo nesta terça-feira de representação do PSOL para abertura de investigação para apurar se o político quebrou o decoro parlamentar. O processo é considerado aberto após o Conselho de Ética acatar a representação e notificar o senador, o que deve ocorrer após o recesso parlamentar, em 1o de agosto. Até lá, ele pode renunciar ao mandato para preservar os direitos políticos. "Como todo dia é uma nova patifaria no mundo político temos de cumprir nossa obrigação", disse a presidente do PSOL, ex-senadora Heloísa Helena a jornalistas. Questionada sobre o motivo do pedido, ela ironizou: "Infelizmente é pelo conjunto da obra". Ao tomar posse, Argello afirmou que não é culpado das acusações que pesam sobre ele. "Não gostaria de ser pré-julgado. Mostrarei que não devo nada, não tenho culpa nesta história", disse. Esta foi a reação do novo senador ao líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), que cobrou o esclarecimento das denúncias que pesam sobre Argello. Ex-deputado distrital, ele é suspeito de participação no esquema de corrupção descoberto pela Operação Aquarela, da Polícia Civil, que investiga desvio de recursos do Banco de Brasília (BRB) e que levou Roriz à renúncia. Além desta acusação, o PSOL incluiu no pedido um suposto beneficiamento por parte do senador no escândalo do mensalão. Na saída, seguranças particulares de Argello entraram em confronto com jornalistas e também se desentenderam com os agentes do Senado. "Aqui quem manda é segurança do Senado", dizia um agente. Em meio aos gritos dos jornalistas, que tentavam se aproximar do senador, a ex-mulher de Argello, Marcia Cristina, pedia socorro. Houve gritos de "ladrão" e "você vai durar pouco aqui". A sessão de posse foi presidida por Tião Viana (PT-AC), que substituiu o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre quem também recaem acusações.

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