PSOL quer denunciar deputados por falta de decoro

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Por EUGÊNIA LOPES E FELIPE RECONDO
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Suspeitos de integrar um esquema de desvio de verbas de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os deputados mineiros João Magalhães (PMDB) e Ademir Camilo (PDT) correm o risco de, a pedido do PSOL, serem processados no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. A bancada do PSOL se reúne esta semana para decidir o assunto. "Vamos reunir o partido, analisar o caso e as denúncias. Não queremos fazer uma representação contra esses dois deputados que acabe sendo arquivada pelo Conselho de Ética. Queremos ter mais indícios, mais elementos", afirmou hoje o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). Os nomes de Magalhães e Camilo apareceram na Operação João de Barro, da Polícia Federal, deflagrada em sete Estados e no Distrito Federal. A investigação apontou que os dois parlamentares destinavam emendas do Orçamento para municípios que controlavam politicamente em troca de propina de 10%. Magalhães e Camilo são investigados por crimes de corrupção, tráfico de influência, concussão e formação de quadrilha. Ambos negaram as acusações e afirmaram não ter emendas no Orçamento Geral da União para obras do PAC. Em sua defesa, os dois argumentaram ainda que as verbas para obras do PAC são liberadas pela Casa Civil. Antecedentes Esta é a segunda vez que Magalhães, que está em seu quarto mandato de deputado federal, é suspeito de desvio de verbas públicas. Em 2006, o nome peemedebista apareceu na CPI dos Sanguessugas, sob a acusação de ter feito acordo com Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, para compra de ambulâncias superfaturadas com recursos orçamentários. Pelo acordo, Magalhães receberia 10% do valor das emendas apresentadas e executadas em favor da Planam. Magalhães foi um dos cinco deputados envolvidos no esquema dos sanguessugas que conseguiu se reeleger nas eleições de outubro de 2006. No início desta legislatura, em maio de 2007, o PSOL tentou desarquivar o processo contra Magalhães no Conselho de Ética. Mas o Conselho manteve o arquivamento do processo contra o peemedebista, poupando-o do risco de ter o mandato cassado. "O João Magalhães é reincidente e já tentamos abrir processo contra ele nesta legislatura. É melhor nós aguardarmos para ter mais elementos. Senão o caso acaba sendo novamente arquivado", observou Chico Alencar.

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