O PSOL fará um ato público hoje à tarde, na frente do Congresso, para apresentar uma lista com 60 mil assinaturas, recolhidas em todo o País, pedindo a cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Depois da manifestação, o abaixo-assinado será entregue aos presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e da Mesa Diretora do Senado, Tião Vianna (PT-AC), vice-presidente da Casa. ''''Sem a pressão das ruas, vai ter pizza'''', disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que recolheu ontem assinaturas no Largo da Carioca, no centro do Rio. Durante os últimos 20 dias, militantes do PSOL recolheram apoio para o abaixo-assinado. O Rio foi o recordista, com 20 mil nomes. Para Alencar, o documento é importante para pressionar o Conselho de Ética a encaminhar o pedido de cassação para ser votado em plenário. ''''Eu achava que a Câmara era corporativista, mas estou vendo que no Senado, com aquela aura de casa de cavalheiros, o que impera é a política do compadrio.'''' Na opinião de Alencar, o Conselho de Ética deve recomendar a cassação, mas Renan, graças ao bom trânsito, conseguirá manter o mandato. ''''Ele é extremamente bem relacionado, está sempre próximo dos poderosos e é o homem de confiança do Lula. A manutenção do voto secreto, cujo fim até hoje não foi colocado em pauta no Senado, é mais um entrave para a cassação'''', avalia. Parlamentares de outros partidos de oposição, como os deputados Fernando Gabeira (PV) e Luiza Erundina (PSB-SP) também devem participar do protesto. Gabeira criticou o presidente do Senado por adotar a estratégia de ameaçar outros parlamentares, com indiretas ou revelações de negociatas. ''''Não estou vendo nenhum resultado, vejo como um ato de desespero'''', frisou.