23 de outubro de 2009 | 13h27
Sozinho, em uma simulação que não menciona o nome do vice, o candidato Serra também recebeu 41% das intenções de voto, sete pontos percentuais a mais do que ele próprio alcançara na pesquisa de setembro. Ele foi seguido pela petista Dilma Rousseff (17%), tecnicamente empatada com o PSB do deputado Ciro Gomes (16%). A pré-candidata do PV, senadora Marina Silva, foi a preferida de 9% dos entrevistados na pesquisa.
Já na simulação em que o candidato tucano é o governador mineiro, Ciro venceria o primeiro turno com 26% das preferências. Aécio, que também cresceu 7 pontos percentuais de setembro para cá, empataria com Dilma no segundo lugar, ambos com 19% dos votos, e Marina Silva (11%) seria a quarta colocada. A enquete foi realizada com 2002 eleitores brasileiros entre os dias 1º e 5 de outubro e foi encomendada pelo ex-deputado Ronaldo Cesar Coelho (PSDB).
"O PSDB nacional não tem minha autorização para fazer pesquisa incluindo meu nome como candidato a vice-presidente. Isso seria desperdício de dinheiro, porque essa hipótese não existe", reagiu Aécio, que levou seu protesto ao presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE). Na suposição de que a direção partidária patrocinara a pesquisa sem aviso prévio, para pressioná-lo a assumir a vice de Serra e facilitar a vitória do PSDB em 2010, Aécio avaliou que foi atropelado e traído pelo vazamento dos resultados.
Contudo, quando pediu explicações ao presidente do partido, o governador mineiro foi informado de que o PSDB não encomendara pesquisa alguma. Convenceu-se disso, mas aproveitou para dizer que não está disponível para ser vice de quem quer que seja. "Meu nome está colocado à disposição do partido para disputar a Presidência da República", sentenciou.
Surpresa
Guerra frisou que nem sequer tivera tempo de ler a pesquisa que Ronaldo Cezar enviara na véspera à sede do partido em Brasília. Para acalmá-lo, argumentou que, segundo um representante da Executiva Nacional que recebera o material, o cenário com Aécio candidato e Serra na vice também havia sido testado.
Preocupados em não melindrar Aécio e ainda convencidos de que uma chapa com a dupla de governadores será "imbatível no futuro próximo", serristas de vários Estados trataram de pôr panos quentes na crise. Interlocutores de Serra procuraram Aécio e seus aliados para dizer que o governador paulista fora tão surpreendido quanto ele com a pesquisa, e mais: Serra não teve responsabilidade alguma sobre o vazamento dos dados.
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