O PSDB se juntou ao DEM e pediu o afastamento do senador José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado. O líder tucano Arthur Virgílio (AM) foi a plenário anunciar a posição da bancada do partido. O afastamento seria temporário até a conclusão das investigações de irregularidades na Casa, reveladas em reportagens do Estado. Com isso, cresce a pressão pela saída do peemedebista. O PDT, que ainda nesta terça-feira deve formalizar posição pelo afastamento, e o PSOL, que já recorreu ao Conselho de Ética contra o presidente da Casa, mostram Sarney a caminho do isolamento.
A crise no Senado teve início após denúncias de irregularidades promovidas por atos secretos usados para criar cargos, nomear parentes e amigos e aumentar salários, revelados pelo Estado.
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Aliados de Sarney se prendem ao apoio manifestado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à permanência dele no cargo. A bancada do PMDB, em reunião de emergência, também manifestou apoio a Sarney. O ex-líder do partido Valdir Raupp (RO), mais cedo no plenário, fez um apelo aos líderes partidários para que deem 60 dias de prazo a Sarney, revelando a fragilidade do presidente da Casa.
A avaliação é que Sarney ainda dispõe de uma maioria frágil no Senado. O problema é que Sarney terá de passar diariamente pelo constrangimento de ter um grupo de cerca de 20 senadores pedindo a sua saída no plenário. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu se afastar da presidência da Casa, em 2007, depois de 17 senadores em uma única sessão, terem pedido sua renúncia.
Apesar de a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), subir a tribuna para defender Sarney, a bancada do PT está dividida e, qualquer decisão dos petistas, em reunião marcada para hoje, será politicamente desgastante para o partido.