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PSDB quer tachar de 'herança maldita' contas do governo

Por AE
Atualização:

Oito anos após a eleição de 2002, quando foram acusados por petistas de deixar uma "herança maldita" na área econômica, os tucanos apostam agora na expressão para atacar pontos da política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva. No mais recente boletim de conjuntura, elaborado pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV), ligado aos tucanos, técnicos do partido alertam para a situação das contas externas, dando o tom do que será explorado politicamente pela oposição no debate econômico em ano eleitoral.Intitulada "Com PT, País torna-se mais dependente do exterior", a publicação quinzenal do instituto, chamada Brasil Real, ataca o atual déficit em conta corrente, "em franca deterioração", prevendo um rombo de US$ 60 bilhões até dezembro - o mercado fala em US$ 50 bilhões. "O saldo da balança comercial só faz minguar. Tudo somado, parece certo que a gestão petista legará ao próximo presidente uma situação de déficit externo recorde, verdadeira ?herança maldita? para o futuro do País", diz a carta, enviada semana passada para a bancada do partido no Congresso como subsídio ao discurso político do PSDB.O déficit em conta corrente, somado à política fiscal do governo federal, já ocupa o lugar de principal alvo da política econômica atual e é, portanto, tema obrigatório da agenda da oposição. Ganhou força nos últimos dias com o aumento do debate em torno do crescimento da dívida de países europeus, principalmente a da Grécia. "Com as crescentes suspeitas sobre a solvência de vários países europeus, a instabilidade econômica mundial dá sinais de não ter sido definitivamente superada", afirma o texto.Mas, apesar do diagnóstico consensual de fragilidade das contas externas, há no PSDB discussões sobre a conveniência de criticar a política econômica de Lula. Os ataques, avalia-se, dariam munição ao governo, que já propaga que haverá mudanças na condução da economia caso os tucanos vençam. A tese baseia-se, especialmente, em declaração feita pelo presidente do partido, Sérgio Guerra, à revista Veja, quando falou de alterações na economia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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