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PSDB quer Serra e novo discurso na campanha de Alckmin

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Por CARMEN MUNARI
Atualização:

Como reação à queda na pesquisa Ibope, o PSDB e figuras de destaque no partido pressionam o candidato Geraldo Alckmin para imprimir mudanças na campanha à prefeitura de São Paulo. Alckmin perdeu cinco pontos na pesquisa divulgada na sexta-feira e está com 26 por cento, enquanto sua principal adversária, Marta Suplicy (PT), ganhou sete, subindo para 41 por cento e abrindo uma diferença de 15 pontos sobre o tucano. De acordo com o PSDB e parlamentares, Alckmin necessita de um discurso estruturado dirigido ao eleitor e ampliar a campanha de rua para atingir maior parcela da população. Mas a presença do governador José Serra (PSDB) na campanha é vista como "vital" e "fundamental". "Marta está com um discurso estruturado, com o partido unido. Tudo isso ajuda a ela", disse à Reuters nesta terça-feira o senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, ponderando que falta "musculatura" à campanha tucana em São Paulo. Outro aspecto negativo foi a forma do lançamento da candidatura Alckmin, que deixou sequelas por ter tido de enfrentar internamente os tucanos a favor do prefeito Gilberto Kassab (DEM). "Tivemos um processo desgastante com o lançamento do nome do Geraldo, o que acaba trazendo dano. Também há vereadores que não estão com ele, esperamos que isso melhore agora", afirmou o deputado Rodrigo de Castro, secretário-geral do PSDB nacional. O deputado Antonio Carlos Pannunzio, ex-líder do PSDB na Câmara, recomenda "deixar de lado quaisquer questões menores no partido e se concentrar em torno da candidatura de Alckmin, que é a única que pode fazer frente a Marta". Sérgio Guerra também quer colocar um ponto final na disputa entre os dois partidos. "A briga entre o DEM e PSDB tem que acabar e ponto. O adversário é Marta", disse. O engajamento de Serra seria uma sequência lógica da pacificação entre as duas siglas. O governador apoiou a candidatura de Kassab, mas teve que aceitar Alckmin após a decisão do partido por ele. Kassab, vice de Serra, assumiu a prefeitura quando o tucano saiu para concorrer ao governo de São Paulo e cerca de 80 por cento da máquina da prefeitura ainda é composta por tucanos. Até agora, Serra não apareceu ao lado de Alckmin na campanha, que teve início em 6 de julho. No mesmo dia em que viajou ao Japão, na última sexta-feira, gravou um depoimento para Alckmin, que deve ser utilizado logo na estréia da propaganda de TV, nesta quarta-feira --a direção da campanha não confirma a data. "Serra preside uma aliança e tem restrições explicáveis, mas vai ajudar em muito", prevê Guerra. O governador deve permanecer no mínimo dez dias fora do país. "O certo não é Geraldo isolado e Serra apartado. Precisam estar unidos", disse Pannunzio. Guerra aponta ainda outra dificuldade na campanha de Alckmin. Segundo o senador, o PT dispõe de mais recursos. "Marta tem muito mais dinheiro. O PT era dos trabalhadores, mas hoje é um partido rico", ironizou. Não é apenas Serra que parte para o exterior no momento em que a campanha de Alckmin é abatida. Sérgio Guerra também está de viagem para os Estados Unidos, atendendo a convite para participar da convenção dos Democratas, que deve oficializar a candidatura de Barack Obama. Ele parte no domingo e retorna na sexta-feira que vem.

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