PSDB quer privatizar Petrobrás, acusa Bernardo

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Por Alexandre Rodrigues , Felipe Werneck , Nicola Pamplona , Talita Figueiredo , Eduardo Kattah e Evandro Fadel
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Os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, da Fazenda, Guido Mantega, de Minas e Energia, Edson Lobão, e da Defesa, Nelson Jobim, atacaram ontem a iniciativa da oposição de instalar a CPI da Petrobrás. Segundo eles, a iniciativa prejudica a economia e arranha a imagem da estatal ao antecipar as eleições de 2010. Bernardo disse, em Curitiba, que a oposição pretende "desmoralizar" e "privatizar" a Petrobrás com a criação da CPI. "Mas tenho certeza que não vão conseguir", reagiu o ministro do Planejamento. Bernardo afirmou que o governo vai esclarecer todas as suspeitas levantadas. "E vamos continuar fazendo investimentos na área do pré-sal normalmente." O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participou da abertura do 21° Fórum Nacional, no Rio, fez críticas e demonstrou preocupação com a imagem da estatal. Mantega lembrou que a Petrobrás tem ações em bolsa no Brasil e no exterior e argumentou que a oposição poderia recorrer ao Tribunal de Contas da União (TCU) "sem causar maiores traumas". "Isso realmente não ajuda em nada", disse ele, ressaltando que, se os trabalhos forem conduzidos "de forma construtiva", a CPI não atrapalhará o desempenho da empresa. "Mesmo porque acredito que a CPI não vai apurar nada de importante em relação à Petrobrás." Edson Lobão, que também participou do Fórum ontem, afirmou que a CPI pode prejudicar os investimentos da companhia e, como consequência, o crescimento da economia. "O presidente da República está em viagem em que procura obter investimentos para a Petrobrás aplicar em obras gigantescas, como as refinarias", afirmou Lobão. Em visita ao Rio, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse não acreditar que a CPI seja uma retaliação às demissões de indicados políticos na Infraero. Para ele, trata-se de uma antecipação do processo eleitoral de 2010. "Não vejo nenhuma ligação (com as demissões). Isso tudo aí é briga política, se chama 2010", declarou, após participar da abertura da Conferência de Comandantes do Corpo de Fuzileiros. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rebateu ontem as críticas à oposição pela abertura da CPI. "Não tem sentido criticar a instalação, porque ela não tem nada contra a Petrobrás. Havendo desvio, tem de apurar, se houver é do interesse da Petrobrás, do Brasil e devia ser do presidente, apurar e punir quem for responsável", afirmou Fernando Henrique, após palestra na Faculdade Milton Campos, em Nova Lima (MG).

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