PSDB quer instalação de CPI na Câmara e DEM, no Senado

DEM argumenta que governo tem maioria ampla na Câmara, ao contrário do Senado, e poderia controlar as investigações. Oposição permanece dividida

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os deputados do PSDB reafirmaram, em reunião da bancada na manhã desta terça-feira, a decisão de defender a instalação da CPI do Apagão Aéreo na Câmara, mantendo a divisão dos partidos de oposição. O DEM (ex-PFL) quer a instalação da CPI no Senado. O argumento do Democratas é que, na Câmara, o governo tem maioria ampla, ao contrário do Senado, e poderia controlar as investigações. "Há divergências, não disputa. Para o governo, quanto mais divergência (na oposição), melhor", afirmou o líder tucano, Antonio Carlos Pannunzio, reconhecendo que a oposição dividida e, portanto, mais fragilizada, agrada ao governo. O líder tucano na Câmara disse não achar "lógico" instalar uma CPI no Senado sobre o mesmo tema, mas não pedirá mais aos senadores que não assinem o pedido de CPI. Os tucanos não escondem mais a insatisfação com os ex-pefelistas. Para Pannunzio, a CPI nasceu no PSDB, as assinaturas no requerimento foram recolhidas pelo partido - que recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar garantir o seu funcionamento - e o DEM, agora, quer tomar para o partido uma iniciativa que foi dos tucanos. No entendimento de deputados do PSDB, o DEM ficou sem o protagonismo da oposição na Câmara e vai atrás de holofotes no Senado propondo a mesma CPI lá. Os dois partidos também divergem na tática de pressionar pela CPI. O Democratas está obstruindo as votações do plenário até que o STF decida sobre a instalação ou não da CPI. Os tucanos têm entendimento diferente e não obstruem os trabalhos. "Nós queremos esvaziar a pauta. Não vou dificultar a votação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), porque o governo não terá mais pauta para apresentar e porque eu quero botar os projetos de interesse do PSDB para votar", argumentou Pannunzio. Jantar cancelado Outro episódio marcou a divisão da oposição. Pannunzio cancelou a participação em um jantar na segunda-feira com o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), mas o DEM manteve a confirmação. O jantar acabou não ocorrendo com a desistência tucana. Pannunzio ficou irritado ao ver insinuações de que, no encontro com Monteiro, poderia haver a sugestão de que o governo daria mais verbas aos Estados governados pelo PSDB em troca de o partido abrandar as investigações sobre o apagão aéreo. Ele considerou as insinuações maldosas. "Estão depondo contra os princípios do partido que é de oposição. Nunca poderão acusar o PSDB de fazer negociata ou acordo para abrandar e ser menos oposição", protestou Pannunzio.

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