PSDB quer discutir com oposição denúncia conjunta contra Renan

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Por Rosa Costa
Atualização:

O PSDB decide na terça-feira se representa no Conselho de Ética contra o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), por quebra de decoro parlamentar. Para o partido, Renan infringiu as regras de convivência entre os colegas, ao chamar o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) de "seu merda" no bate-boca na quinta-feira. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), informou que a decisão será analisada com o DEM e com outras legendas que apoiam o pedido para que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deixe o cargo, porque não adianta agir sozinho. O senador Mário Couto (PSDB-PA) requisitou cópia da gravação da TV Senado em que o líder peemedebista aparece insultando Tasso, após ter se afastado do microfone, para que suas palavras não fossem ouvidas pelos demais parlamentares que estavam em plenário. A taquigrafia registrou na íntegra tudo o que Renan disse, mas depois retirou a palavra "merda". A avaliação da oposição é de que o episódio deixou Sarney, Renan e o grupo de seus aliados "mais isolados". "A agressividade contra Virgílio, esse negócio de retaliar, de ameaças todos os que estiveram contra ele, essa truculência, pegou mal", afirmou Guerra. "Ultrapassaram os limites da esperada convivência entre parlamentares." De concreto, mesmo, segundo ele, ficou o recado de que todos "serão ameaçados no caso de se indisporem contra eles". Atitudes como a de Renan, no entender do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), "achincalha a instituição". "Nós precisamos dar um basta nisso", disse. "Devemos ser duros no confronto, estabelecer sempre o contraditório, manter o nível elevado." Um dos principais seguidores de Renan, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) diz que a situação está "muito ruim". A diferença é que ele atribui a troca de insulto ao "sangue quente". "Todo senador é um ser humano, ninguém chega ao Senado sendo um frouxo, ninguém chega ao Senado sem conseguir, em determinado momento, mostrar que tem sangue quente", disse. "E acabou acontecendo o que todos viram pela televisão, acho ruim para o Senado, mas ao mesmo tempo, você não tem como julgar. O clima está muito ruim."

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