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PSDB proporá a Lula negociar novo pacto federativo

A agenda desenvolvimentista do partido inclui redistribuição das receitas de tributos concentrados em poder da União que representam 80% da massa tributária do País

Por Agencia Estado
Atualização:

O PSDB está formulando uma agenda desenvolvimentista para apresentar ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após reunião realizada nesta terça-feira na Capital entre o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, a governadora eleita do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e o candidato derrotado à Presidência da República, Geraldo Alckmin, ficou estabelecido que a agenda terá como base a redistribuição das receitas de tributos concentrados em poder da União que hoje representam 80% da massa tributária do País. Segundo Aécio Neves, os pontos principais da chamada repactuação federativa são: desoneração das exportações (Lei Kandir), unificação das alíquotas do ICMS para acabar com a guerra fiscal entre os Estados, transferência das contribuições Pasep e Cide para os Estados e descentralização da malha rodoviária. Yeda Crusius salientou que, apesar de a agenda ser do PSDB, as propostas deverão ter a adesão de governadores e parlamentes de outras legendas. "Já estamos em conversações com o PMDB e vamos também conversar com as lideranças do Congresso Nacional." Aécio Neves destacou que a agenda desenvolvimentista que está sendo proposta pelo PSDB é também uma forma de a legenda "exercer a oposição com firmeza e responsabilidade". Ele reiterou: "mesmo perdendo as eleições, acreditamos nos avanços porque é preciso construir as condições de diálogo com o governo federal para estabelecer reformas que beneficiem a sociedade". Já o ex-governador Geraldo Alckmin afirmou que, se não forem feitas reformas estruturantes, o Brasil não vai crescer. "O PSDB é hoje uma alternativa importante e tem compromisso com o Brasil", ressaltou. Para Aécio e Yeda, não será uma tarefa fácil convencer o governo federal a abrir mão de suas receitas. Só este ano, a Cide deve resultar em uma arrecadação de R$ 8 bilhões. Apesar disso, os dois acreditam que o governo Lula será sensível às propostas e deverá sentar à mesa para negociar.

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