PSDB pode fazer pela 1ª vez prévias presidenciais

Por Anne Warth
Atualização:

O PSDB deve realizar, pela primeira vez, prévias para a escolha do candidato a presidente em 2010, caso haja mais de um tucano com intenção de disputar o cargo. A decisão foi tomada pela executiva nacional do partido e, para tornar viável a idéia, a legenda promoverá uma campanha no primeiro semestre deste ano para atrair os filiados. O pouco mais de um milhão de filiados à sigla possuem uma atuação muito mais restrita que a vivida dentro do PT, onde os filiados participam de reuniões, comissões e até mesmo da eleição do presidente nacional da agremiação. "Isso tem relação direta com a idéia de abrir as decisões do partido à participação de cada vez mais interessados, militantes e quadros do PSDB. Queremos um partido aberto, amplo e democrático", disse o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). "Os nossos filiados e sociedade desejam que partidos como o nosso sejam abertos, que discutam, que tenham democracia interna", acrescentou. O líder da legenda no Senado, Arthur Virgilio (AM), que afirmou ter interesse em disputas as eleições de 2010 como candidato a presidente, considera a idéia das prévias uma boa alternativa para que a aprovação dos candidatos seja testada internamente. "A realização de prévias já é decisão tomada pela executiva do partido e vai apontar quem fica melhor perante a opinião publica em todos os Estados brasileiros. Não havendo necessidade, não se faz a prévia, mas, havendo necessidade, faz-se a prévia e se checam as posições e os pesos", afirmou, após encontro com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), também virtual candidato a presidente, no Palácio dos Bandeirantes. Otimista e animado em relação a 2010, Virgilio disse que Serra sugeriu, no encontro de hoje, que o nome do líder do PSDB no Senado seja testado na próxima pesquisa a ser realizada pela sigla. Apesar disso, Virgílio reconhece que o governador de São Paulo é o favorito dentro da agremiação. "Temos muito para caminhar até 2010. Não temos nada contra deixar fortalecer e florescer novas lideranças. Isso é bom muito bom. Que nossos problemas sejam de abundância (de candidatos), e não de escassez", considerou. Reunião Em reunião realizada na tarde de hoje com o governador de São Paulo, no palácio, o líder do PSDB e Guerra evitaram o tema da competição entre o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM), para definir o candidato a prefeito da possível aliança, e negaram a existência de uma crise na coligação que venceu as eleições de 2004. "Nossa preocupação é de unidade conosco e com nossos aliados. O princípio fundamental é nossa aliança, mas indispensável é nossa unidade no PSDB. Essa é uma questão local que está sendo vista aqui e temos certeza de que vai transitar como deve ser, de forma democrática e segura", disse o presidente nacional do PSDB.

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