PSDB monta escudo para proteger FHC

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Por Agencia Estado
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O PSDB vai montar uma estrutura interna para defender o presidente Fernando Henrique dos ataques desferidos pela oposição. Essa postura mais "afirmativa e agressiva" dos tucanos foi anunciada hoje pelo presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), que disse estar preparado para enfrentar a guerra de dossiês e denúncias de corrupção aberta por setores da oposição, tentando atingir a imagem do governo. "Não vamos deixar nenhum ataque sem resposta e, se for necessário, vamos brigar na justiça", reagiu o deputado, que esta semana se afasta da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo para se dedicar ao partido. A posição de Aníbal, que ficará dois anos no comando tucano, foi enfatizada menos de 24 horas depois do desabafo contundente do presidente Fernando Henrique Cardoso, ao encerrar a convenção nacional do PSDB, no sábado. Fernando Henrique mostrou-se indignado com o clima de denúncias sem provas e pediu aos aliados que barrem a tentativa de instalar no Senado a CPI da Corrupção. " Desafio a oposição, que projeta o desejo do caos, a discutir programas", afirmou o presidente do PSDB. Os tucanos têm a convicção de que os êxitos ou fracassos do governo vão refletir no desempenho eleitoral do partido em 2002. "O PSDB e o governo são indissociáveis", observou Aníbal. Mas ele está otimista. "O Lula é um dos políticos mais gastos do PT; o governador Itamar Franco é um vaga-lume; e o Ciro Gomes é um dissidente", criticou, referindo-se a eventuais adversários oposicionistas. Além de estabelecer uma dinâmica de defesa pública de Fernando Henrique, os dirigentes do PSDB querem também colaborar para divulgar melhor as realizações do governo. A exemplo do ministro José Serra, da Saúde, o presidente tucano acha que a divulgação dos feitos do governo ainda deixa a desejar e que a comunicação com a sociedade e ainda tímida. À frente do comando do PSDB, Aníbal pretende melhorar a sintonia entre os parlamentares e o governo e, inclusive, já solicitou ao líder do partido na Câmara, Juthay Magalhães Júnior (BA), que torne permanente a presença de tucanos no plenário da Câmara para responder aos ataques desferidos contra o governo. Até julho, Aníbal percorrerá o País em busca de subsídios para montar uma radiografia do PSDB nos Estados. Com base nesse diagnóstico, orientará sua ação em busca de alianças políticas para as eleições de 2002. Ele acredita que o nome do candidato do partido à sucessão presidencial poderá resultar desse processo, sem a necessidade de realizar prévias, como propõe o governador do Mato Grosso, Dante de Oliveira. " O PSDB quer eleger o futuro presidente para completar o nosso programa", disse, para concluir que só em março do ano que vem o PSDB discutirá a proposta de governo para 2002.

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