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PSDB mantém racha apesar de candidatura Alckmin, diz analista

Para Marco Antonio Teixeira, acordo do PSDB serviu apenas para tirar 'racha' da agenda política

Por Andreia Sadi
Atualização:

O acordo que levou à homologação de Geraldo Alckmin como candidato do PSDB e tirou Gilberto Kassab da disputa no último domingo não eliminou o "racha" interno do partido, segundo análise do cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas Marco Antonio Teixeira. Para ele, o acordo na véspera da convenção tucana foi uma estratégia para "a platéia". "O acordo serviu apenas para tirar o racha da agenda política, da imprensa. E dá impressão de que o PSDB está marchando coeso, mas na realidade, isso dificilmente vai acontecer", disse em entrevista ao estadao.com.br.   Veja também:  Ouça análise do cientista político   Guia do eleitor esclarece dúvidas sobre o pleito   Calendário eleitoral   Um acordo fechado a menos de 12 horas da convenção do PSDB no último domingo pôs fim à disputa dentro do partido entre os alckmistas e os kassabistas (tucanos que queriam fechar apoio ao atual prefeito). Prevaleceu a chapa de Alckmin, que foi lançado candidato único com apoio unânime do PSDB. Isso só foi possível porque, no sábado, o grupo de tucanos pró-Kassab concordou em retirar a chapa que pedia o apoio à reeleição do prefeito.   O analista disse também que o nome de Kassab como candidato dos dois partidos interessava também ao "projeto" do governador de São Paulo, José Serra, que não quer perder a aliança histórica do PSDB e DEM de olho nas eleições presidenciais de 2010.   "Até a noite de sábado, véspera da convenção, o PSDB estava em luta ensandecida para saber se teria candidatura própria ou se marcharia em aliança junto com o Kassab, que interessava diretamente ao Serra porque o projeto dele não é partidário, é o projeto de presidência em 2010", disse.   Teixeira acredita que apenas um dos candidatos chegará ao segundo turno porque têm a mesma plataforma política. "Eu não acredito que há espaço para os dois no segundo turno: ou passa o Alckmin ou Kassab". E aponta para o risco de um embate entre o tucano e o atual prefeito: "Alckmin e Kassab disputam o mesmo eleitorado, nada garante que a relação entre as duas candidaturas será preservada. Esse tempo curto de campanha vai nos mostrar. Precisa ver como vai ser a convivência", finalizou.

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