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PSDB e PMDB criticam modo com que PF fez prisões

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Por Cida Fontes
Atualização:

Senadores do PSDB e do PMDB ocuparam a tribuna, hoje à tarde, para ao mesmo tempo elogiar a operação da Polícia Federal contra o crime organizado e criticar o que classificaram, entre outros adjetivos, como exorbitante, constrangedor e humilhante o procedimento das prisões, especialmente do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. A Operação Satiagraha prendeu também, entre outros, o sócio-fundador do banco Opportunity, Daniel Dantas, e o investidor Naji Nahas. "A Policia Federal está extrapolando e exorbitando suas atribuições, constrangendo pessoas que acordam sobressaltadas. Não há preocupação em poupar nem a família dos investigados. O que queremos é que a lei seja igual para todos, que seja posta em prática tanto para os pobres quanto para os ricos. A Polícia Federal deve continuar as operações sem exorbitar suas funções", declarou o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). A discussão no plenário do Senado sobre a operação Satiagraha foi iniciada pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), que defendeu as críticas às ações do PF feitas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, para quem houve uma "espetacularização" dos procedimentos. "O PSDB não tem nada a ver com isso e está defendendo o respeito à lei. Quem tiver culpa, que seja punido. A investigação precisa estar no padrão adequado e que o resultado dela prevaleça na Justiça. Presto solidariedade ao ministro Gilmar Mendes. A preocupação dele é com a verdade e o respeito à lei", declarou Guerra. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que "não estamos defendendo tubarões e pessoas que cometem crimes do colarinho branco, mas quando está em jogo o estado de Direito, não é possível que fiquemos calados". O parlamentar oposicionista criticou a forma com que se realizou a prisão de Pitta. "O ex-prefeito Celso Pitta, que não conheço pessoalmente, foi preso ao abrir a porta de sua residência, de pijama, passando por humilhação", acrescentou. Excessos Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) elogiou o fato de a PF estar "desbaratando quadrilhas" e combatendo "o crime organizado", mas ressalvou estar cometendo excessos nas prisões. "O que não se entende é o excesso que vem sendo praticado, assustando e prendendo famílias. É correto a Policia Federal desmontar quadrilhas, mas sem espalhafato. Foram cenas grotescas", discursou o senador pernambucano. Para o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), são "meritórias" as ações da Polícia Federal contra "quadrilhas que atuam contra a economia", mas destacou que vê "exageros" nos procedimentos da PF. "Não tenho afinidade com nenhum dos três presos, mas a idéia que se passa é de que há o risco de instalação de um estado policial. Temos que estabelecer o equilíbrio para que o Brasil não se transforme num estado policialesco", alertou Virgílio.

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