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'Fato novo vai mudando a cabeça de deputados e senadores', diz Tasso

Presidente interino do PSDB dá declaração ao ser questionado sobre episódio da viagem de Temer em jato emprestado da JBS

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Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau e Renan Truffi
Atualização:

Atualização às 19h

O PSDB recuou e decidiu adiar para segunda-feira, 12, a reunião da Executiva Nacional que vai decidir sobre o desembarque do governo Michel Temer. Com esse anúncio, os tucanos sinalizam que vão esperar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chegar a um veredito sobre a chapa Dilma-Temer antes de definirem uma posição em relação à gestão peemedebista. A reunião tucana estava marcada para esta quinta-feira, 8. Isso porque parte dos deputados e líderes do partido pressiona para que a legenda abandone o governo o quanto antes. O adiamento foi divulgado depois de uma conversa realizada entre senadores tucanos, comandada pelo senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino da sigla.

Senador Tasso Jereissati, presidente interino doPSDB, comanda 'remontagem' do partido Foto: Marcelo Camargo/Agência Estado

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O senador foi taxativo ao dizer que segunda-feira é o prazo limite para uma decisão e afirmou que fatos novos na esfera do governo estão modificando o pensamento dos parlamentares tucanos. "Não precisamos ter cargo e ministério para apoiar as reformas", disse. 

Tasso também comentou o fato de Michel Temer, enquanto vice-presidente, ter viajado de carona em jatinho da JBS em 2011. "Não vai parar de ter fato novo e isso vai mudando a cabeça de deputados e senadores", avaliou. Quando questionado sobre qual seria o prazo limite para que o partido se decida respondeu: "segunda é o limite". "Vamos esperar segunda-feira por um cenário mais completo. Existe uma grande preocupação de que o partido saia coeso (da reunião)", afirmou

Abertura. Antes do adiamento, Tasso havia ampliado o "colégio eleitoral". Em vez de consultar apenas a Executiva, ele convocou as bancadas no Congresso, governadores e todos os presidentes estaduais do PSDB para o encontro. A ideia é dar um caráter institucional inquestionável ao posicionamento tucano, seja ele qual for. A permanência do PSDB na base governista é considerada pelo Palácio do Planalto determinante para evitar uma debandada geral de aliados. "Nem (a vidente) Mãe Dinàh adivinharia o resultado da reunião de amanhã", disse Ricardo Tripoli (SP), líder do PSDB na Câmara, ao Estado, antes do recuo. Pelo menos dois diretórios tucanos - Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul - tiraram posição em defesa do desembarque do governo. O de São Paulo caminhava para esse desfecho, mas um concorrida plenária realizada na segunda-feira acabou sem que o tema fosse encaminhado para votação.