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PSDB aprova código de ética que prevê expulsão de filiados condenados

É a primeira vez que o partido elabora um documento que vai permitir até mesmo a expulsão de filiados

Por Naira Trindade
Atualização:

A Executiva Nacional do PSDB aprovou nesta quinta-feira, 30, o Código de Ética da legenda, que prevê a expulsão de políticos condenados criminalmente ou que tiverem cometido infidelidade partidária, como antecipou o Estado no sábado. Também foram aprovados o novo Estatuto e as regras de compliance da sigla.

É a primeira vez que o partido elabora um documento que vai permitir até mesmo a expulsão de filiados. As normas não atingem de imediato tucanos graúdos como, por exemplo, o deputado federal Aécio Neves (MG), que é réu por corrupção passiva e obstrução da Justiça, acusado de receber ilicitamente R$ 2 milhões de Joesley Batista, da J&F. Ele nega. O caso de Aécio, porém, pode ser alvo de análise do partido em caso de nova denúncia ou condenação.

Convenção Estadual do PSDBna Assembleia Legislativa reuniu João Doria, Bruno Covas, Geraldo Alckmin e José Serra Foto: Felipe Rau / Estadão

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Pelo novo Código, filiados que já respondem a investigações só serão punidos caso haja condenação. Porém, a partir da aprovação do texto, tucanos ficam sujeitos ao afastamento da sigla por até 12 meses caso venham a se envolver em novas denúncias.

Na última sexta, 24, o presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou ao Estado que o regulamento não foi feito para punir A ou B. “Não estamos analisando casos, mas estabelecendo regras”, disse. “Não há nada parecido no Brasil em termos de rigor e elaboração com o Código de Ética do PSDB”, complementou Alckmin.

Para o ex-governador de São Paulo, esse instrumento vai “aproximar o partido da sua militância e dos anseios da sociedade”. “Será um partido moderno, que terá instrumentos ágeis de autocorreção e não apenas punição”, afirmou o tucano. O fortalecimento dos partidos, segundo Alckmin, é uma forma de acabar com a crise política. “Muda o governo, mas a crise continua, porque o sistema político está equivocado”, observou.

Na reunião desta quinta, a cúpula do PSDB derrubou do texto o artigo 19, que permitia que a Comissão Executiva instaurasse um “procedimento sumaríssimo” contra filiados que cometerem atos com potencial de “causar dano irreparável ao partido”. Assim, caberá a tramitação normal do Conselho de Ética.

O Código de Ética é o último ato do presidente Geraldo Alckmin no comando do PSDB. A previsão é que os tucanos elejam o ex-deputado Bruno Araújo para a presidência nacional do PSDB, amanhã, na Convenção do partido.

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