
03 de fevereiro de 2012 | 19h24
BELO HORIZONTE - O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), cedeu à pressão do PSD e deu mais uma vaga de primeiro escalão no Executivo estadual para a recém criada legenda. Na sexta-feira, 3, o tucano anunciou a troca do deputado estadual Wander Borges (PSB) pelo também parlamentar mineiro Cássio Soares (PSD) no comando da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese).
No entanto, seguindo a estratégia do PSDB de tentar se aproximar do PSB para a disputa presidencial de 2014, Anastasia não tirou Borges do primeiro escalão e apenas transferiu o socialista, classificado pelo governador como um "quadro de excepcional qualidade", para a Secretaria Extraordinária de Regularização Fundiária (Seara). O cargo era exercido interinamente por Alencar Santos Viana Filho desde setembro do ano passado, quando o então secretário Manoel Costa (PDT) foi acusado pelo Ministério Público de envolvimento em esquema de grilagem de terras que teria dado prejuízo de cerca de R$ 200 milhões aos cofres públicos.
Em Minas, o PSD integra a base de apoio do tucano, mas vinha reivindicando mais espaço no governo. Até então, apenas o deputado federal Alexandre Silveira integrava o Executivo, no comando da Secretaria Extraordinária de Gestão Metropolitana. No entanto, a direção do PSD não considera que ele seja da cota do partido, já que o secretário foi indicado para o cargo pelo PPS, que deixou para se filiar à nova legenda. "O PSD é um partido importante. Compõe a nossa base", afirmou Anastasia.
Nos bastidores, ainda há especulações de que o governo tenta atrair o PMDB para o governo para tentar esvaziar a oposição na Assembleia Legislativa, mas o governador negou que esteja em curso uma alteração mais profunda no secretariado e disse que foram feitas apenas "mudanças pontuais e próprias do dia a dia". "Não há reforma. Vamos continuar trabalhando normalmente no governo", declarou, lembrando, porém, que "os secretários todos podem ser modificados a qualquer momento", de acordo com a "necessidade do governo".
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