
16 de janeiro de 2015 | 13h12
Brasília - O governador de Pernambuco e vice-presidente do PSB, Paulo Câmara, preferiu não se pronunciar sobre a informação de que o acidente aéreo que matou o presidenciável Eduardo Campos, em 13 de agosto, foi causado por uma sequência de falhas do piloto Marcos Martins. Câmara responde interinamente pelo partido, já que o presidente Carlos Siqueira está em férias. O governador disse, via assessoria de imprensa do governo estadual, que só comentará o assunto quando houver uma posição oficial das autoridades.
O Estado revelou nesta sexta-feira, 16, que as investigações da Aeronáutica, a serem divulgadas em fevereiro, concluíram que o acidente foi causado por erros do piloto, entre eles a falta de treinamento para a aeronave. Martins também falhou no uso de um "atalho" para acelerar o procedimento de descida do Cessna 560 XL. O piloto havia sido obrigado a abortar o pouso e arremeter bruscamente, operando os aparelhos em desacordo com as recomendações do fabricante do avião e acabando por sofrer uma "desorientação espacial", inclinando a aeronave em direção ao solo quando acreditava estar voando para cima.
O acidente ocorreu durante a campanha presidencial, quando Campos se deslocava do Rio de Janeiro para o Guarujá, no litoral paulista. Após o acidente foram levantadas dúvidas sobre a propriedade do jato Cessna Citation e suspeitas de que a aeronave teria sido paga com dinheiro de caixa 2. Três empresários de Pernambuco ligados ao presidenciável se apresentaram como compradores do jatinho. O PSB chegou a informar que os valores pelo uso do jatinho seriam lançados na prestação de contas da campanha, o que não ocorreu.
Também nesta sexta, o irmão do ex-governador, o advogado Antonio Campos, afirmou ser "prematuro" apontar as causas da queda, uma vez que os laudos existentes são inconclusivos e o inquérito não foi encerrado. "Os laudos da Aeronáutica e do Cenipa (Centro de Prevenção de Acidentes Aéreos) tratam de possibilidades quanto à causa de acidentes e não são conclusivos, conforme é a técnica de tais laudos, primando eles por recomendações quanto a procedimentos de prevenção de acidentes aéreos. O Cenipa não está fazendo todas as perícias do caso e não pode ter uma visão global do acidente", declarou em nota.
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