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Próximo da saída, Lago promete volta em 2010

Governador cassado diz que não vai cruzar os braços se não conseguir continuar no cargo

Por Clarissa Oliveira e SÃO LUÍS
Atualização:

Três dias depois de ter sido cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governador do Maranhão, Jackson Lago, disse ontem que não vai "cruzar os braços" se não conseguir permanecer no cargo, após se esgotarem suas possibilidades de recurso na Justiça. Se a cassação for mantida, ele promete concorrer na eleição de 2010, seja para o posto de governador ou para outro cargo para o qual tenha o apoio da população. "Ninguém tem o direito de se aposentar e cruzar os braços num Estado como o nosso, onde dois terços da população está abaixo da linha da pobreza", disse Lago ao Estado ontem. "Sou um soldado disciplinado. Se convocado, me apresentarei para qualquer posição." Ao comentar a decisão do TSE, Lago disse que faltou "uniformidade" no posicionamento dos ministros.Voltando a alegar que o resultado reflete o empenho da família de José Sarney para voltar ao poder, ele prosseguiu com a troca de farpas com o presidente do Senado. "Sempre respeitei a Justiça. Já ele passou 21 anos como servidor da ditadura militar." Ontem, Roseana Sarney prosseguia com as articulações para a montagem do governo. Aliados da senadora querem que o governador abra espaço para uma equipe de transição. VERBA Ontem, a oposição levantou também a possibilidade de acionar o governo na Justiça, por causa de um decreto publicado no Diário Oficial na última quarta-feira, horas após o fim do julgamento no TSE. O decreto, de número de 25.119, concede à Secretaria de Comunicação do Estado "crédito suplementar de R$ 5.491.728". A verba, diz o texto, decorre de "anulação parcial de dotações consignadas no Orçamento". "Se for mesmo um crédito suplementar, vamos entrar na Justiça", avisou o líder da oposição, deputado Ricardo Murad (PMDB). O governador disse se tratar apenas de um remanejamento e reagiu: "Pedimos à Assembleia R$ 24 milhões para a comunicação, quatro vezes menos que o Piauí. E eles cortaram R$ 11 milhões. Tínhamos que ter muito mais. Afinal, todos os meios de comunicação são controlados por nossos adversários." A Secretaria de Comunicação atribuiu a um "erro de digitação" o uso do termo crédito suplementar, em vez de remanejamento orçamentário.

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