27 de novembro de 2008 | 18h12
O ministro da Justiça Tarso Genro rechaçou nesta quinta-feira, 27, a interpretação de que o afastamento do delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz - que comandou até julho passado a Operação Satiagraha - da Diretoria de Inteligência do órgão se carcaterize como uma punição antecipada por eventuais irregularidades cometidas pelo policial. No entanto, afirmou que haverá punição do delegado se, ao final do inquérito que investiga irregularidades, for declarado responsável por qualquer vazamento de informação. Veja também: Abin gastou R$ 800 mil na Satiagraha, diz agente à CPI Mesmo após perder posto, Protógenes diz que fica na PF Entenda o escândalo que derrubou a cúpula da Abin As fases da Operação Satiagraha: o que mudou e o que fica igual Gravação mostra clima tenso entre delegados da Satiagraha As prisões de Daniel Dantas Os alvos da Operação Satiagraha "(o afastamento do delegado) Foi uma medida administrativa normal, corriqueira, que é feita em casos semelhantes. Punição ele (Protógenes) vai receber quando terminar o inquérito, se ele tiver responsabilidades", afirmou o ministro. Mesmo provocado por um repórter, Tarso evitou comentar declarações de sua filha, a deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS), que criticou publicamente o afastamento do delegado. Nesta manhã, o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, disse que a medida em relação a Protógenes se deu porque a área de inteligência seria "muito sensível para abrigar alguém que já tenha um perfil quase que partidário". Tarso se limitou a assinalar que o diretor da PF "deve estar fundamentado" em sua justificativa. Protógenes foi comunicado de que não permaneceria na Diretoria de Inteligência na última segunda-feira pelo diretor responsável, Daniel Lorenz, que já havia declarado sua insatisfação com encaminhamentos feitos pelo delegado na condução da Operação Satiagraha. Responsável pelas prisões do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta e do empresário Naji Nahas -acusados de desvio de verbas públicas e crimes financeiros -, Protógenes ainda não sabe qual será sua nova função na PF. O departamento de Recursos Humanos da instituição deve definir o assunto nos próximos dias. Na quarta-feira, após se reunir com senadores, o delegado disse ter recebido a promessa de que será realocado em outro departamento "compatível com o histórico que tenho na instituição" e negou pretensões políticas.
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