PUBLICIDADE

Protógenes é intimado no dia da filiação ao PC do B

Foto do author Fausto Macedo
Por Fausto Macedo
Atualização:

Mal pôs os pés no hall social do hotel São Paulo Inn, centro da capital, onde anunciou sua decisão de filiar-se ao PC do B, Protógenes Queiroz foi recepcionado por um agente da Polícia Federal, às 14h19 de ontem. O policial logo deixou expresso que não estava ali para declarar apoio político ao delegado afastado da PF, mentor da Operação Satiagraha e algoz do banqueiro Daniel Dantas."Doutor, vim notificá-lo", informou o agente, exibindo duas citações da Corregedoria Geral da PF. "Sinto muito, doutor. Cumpro ordens.""Não fica preocupado, você está no seu trabalho e eu no meu", devolveu o delegado, enquanto tomava ciência das apurações disciplinares das quais é alvo - uma porque em seu próprio blog teria atribuído à influência de Dantas o real motivo de seu afastamento das funções, em março; outra por supostos abusos na prisão de Flávio Maluf, filho do ex-prefeito Paulo Maluf, em 2005."Vejam só, reabriram até essa do Maluf", ele anunciou, brandindo ironicamente para os fotógrafos a notificação. "Quanta coincidência! Essa é a cara do Brasil."Rito cumprido, o delegado deu entrevista de 50 minutos em uma sala do São Paulo Inn, reduto da Satiagraha e de tantas outras missões por ele conduzidas - no quinto andar do hotel, Protógenes montou a base das operações que levaram Dantas e Maluf para a prisão.Ele ainda não decidiu a qual cargo pretende concorrer, em 2010. "O povo vai definir." Disse que escolheu o PC do B porque "é organização partidária que tem um projeto nacional".Elogiou o governo Lula (PT). "Se há desvios a culpa não é dele. O dinheiro público está sendo desviado pela corrupção em todos os níveis da República." Criticou José Serra (PSDB). Sobre eventual convivência com Maluf na Câmara, se eleito deputado, ele disse. "O que vai definir a nossa participação no plano político é o comportamento ético e moral. Eu ajudei a construir esse Brasil. Não sei se esse parlamentar ajudou."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.