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Protógenes defende escutas na CPI dos Grampos

Por Cida Fontes
Atualização:

O delegado federal Protógenes Queiroz defendeu hoje na CPI dos Grampos a necessidade de a polícia ter maior facilidade de acesso a dados telefônicos. Ele sustentou que os investigadores tenham acesso direto, nas operadoras de telefonia, a dados de conversas de suspeitos. O relator da CPI, deputado Nelson Pelegrino (PT-BA) quis saber se ele estava defendendo a possibilidade de isso ser feito sem autorização da Justiça. Ele respondeu que não, que, para isso, a polícia "se vale de autorização judicial". Protógenes fez a declaração antes da suspensão da sessão da CPI para os deputados votarem a MP 432, que trata da renegociação de dívida rural. O delegado disse que a Polícia Federal precisa de um aparato estatal de "maior eficácia" para acelerar as investigações, em resposta a um deputado que quis saber se não seria melhor que as interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça fossem "mais genéricas". O delegado que comandou e hoje está afastado da Operação Satiagraha, na qual chegou a ser preso o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, afirmou que o aparato estatal precisa dispor de instrumentos "fortes e respeitáveis" e o Brasil está "muito atrasado" em relação a esse aspecto. Entre os instrumentos que considera necessários, o delegado mencionou, além de interceptações de conversas telefônicas, filmagem, fotografia e toda a tecnologia "que for importante para permitir velocidade e agilidade" nas investigações. Atualmente, disse, há muita demora para alcançar eficácia no uso desses instrumentos. O relator da CPI pediu que ele especificasse o que está atrasado no aparato estatal. "É todo um conjunto, não são só as interceptações. É um arcabouço mais amplo", disse Queiroz. Ele acrescentou que, se não houver modernização da estrutura tecnológica da autoridade policial, as grandes metrópoles, como Rio de Janeiro e São Paulo, continuarão com altos índices de criminalidade.

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