Curitiba - O ato pelo impeachment da presidente Dilma, realizado na tarde deste domingo, 13, em Curitiba teve dois personagens como tema dos gritos de ordem: o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato, como herói e o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Edson Fachin, como vilão. Segundo estimativas da Polícia Militar, cerca de 7 mil pessoas compareceram à manifestação (a organização contabilizou 20 mil manifestantes), realizada por três movimentos organizados - Curitiba contra a Corrupção, Movimento Brasil Livre e a Marcha com Deus pela família e pela liberdade. As convocações foram feitas através das redes sociais, e de acordo com os próprios organizadores, sem ligações com qualquer partido político.
Fachin também tem suas origens em Curitiba, embora seja gaúcho, ele é professor do curso de Direito da Universidade Federal do Paraná. A praça em frente ao prédio histórico da UFPR, inclusive, é o local das concentrações para todas as manifestações da cidade. A decisão do ministro de suspender a eleição do grupo que vai compor a comissão do impeachment da Câmara dos Deputados, revoltou os manifestantes - que o acusam de "comprado" e "corrupto".
Foi a quinta manifestação organizada pelos mesmos grupos neste ano, contra a presidente Dilma e o PT. A maior delas ocorreu em 15 de março, quando chegaram a reunir cerca de 60 mil pessoas. "O nosso movimento é composto apenas por cidadãos. É o povo na rua. Nós não somos sindicatos ou organizações pagas pelo governo federal", afirma Cristiano Rocha, um dos organizadores da manifestação. O grupo "Curitiba contra a corrupção", vendia camisetas com a estampas do rosto do juiz Sérgio Moro para arrecadar fundos para esta e outras manifestações. Segundo Rocha, o aluguel do boneco inflável "Pixuleco", que representa a figura do ex-presidente Lula vestido de presidiário, custou R$ 3 mil. Além desta despesa, foram alugados dois caminhões de som para o ato deste domingo. Cada camiseta custava R$ 30. Depois de se concentrar na Praça Santos Andrade, os grupos se revezaram em discursos e depois seguiram em caminhada pelo calçadão da Rua das Flores, acompanhados de longe pela Polícia Militar, uma vez que não foram registrados incidentes.