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Proposta de Russomano aumentaria desemprego na periferia, diz Haddad

Para atrair eleitorado do candidato do PRB, Fernando Haddad afirma que cobrar menos de quem mora perto é um equívoco, pois assim nenhum empregador contraria alguém que mora longe

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Por Julia Duailibi
Atualização:

De olho no eleitorado do candidato Celso Russomanno (PRB), o candidato do PT, Fernando Haddad, afirmou neste domingo, 30, que a proposta do adversário de criar tarifa de ônibus proporcional à distância percorrida vai "aumentar o desemprego na periferia". Nos últimos dias, a campanha do PT tem intensificado os ataques ao PRB, com o objetivo de atrair eleitores simpáticos ao PT, mas que estão apoiando Russomanno, líder nas pesquisas de intenção de voto na capital paulista. Questionado sobre os ataques, Haddad disse que não eram pessoais.

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"Eu penso que a ideia de cobrar menos de quem mora perto é um equívoco muito grande, que vai, inclusive, causar desemprego na periferia. Nenhum empregador que mora perto vai contratar alguém que mora longe. Ele vai aumentar os custos da empresa dele desnecessariamente. A grande vantagem do bilhete único foi tratar todo mundo igualmente. Acabar com a discriminação de onde você mora. Hoje não existe mais isso", disse o candidato, após carreata na zona lesta de São Paulo.

Indagado sobre os ataques a Russomanno e o impacto na relação do PRB, partido da base da presidente Dilma Rousseff, com o governo federal, Haddad disse que ao "contrário do que o PSDB está fazendo, indo para o ataque pessoal, nós estamos fazendo um debate político com o candidato do PRB".

Haddad também criticou o candidato do PSDB, José Serra, com quem disputa uma vaga para o segundo turno das eleições paulistanas. Afirmou que o tucano "recusa" parcerias com o governo federal. "Tem um candidato que não tem programa, e o outro recusa a parceria federal. Diz que só vai fazer com o governo do Estado. Não é razoável. Nós temos na região metropolitana mais de 21 milhões de brasileiros", declarou o petista em referência a Russomanno e Serra, respectivamente.

Haddad rebateu as acusações feitas por Serra ontem de que ele teria sido um ministro da Educação "medíocre". "É do estilo dele. Eu queria que dissesse o que ele acha então da administração Kassab. Uma pessoa que defende a administração do Kassab não pode me elogiar porque ele tem uma forma de avaliação diferente da minha e da população também. A população reprova a administração Kassab", afirmou o petista, citando pesquisa feita após sua saída do ministério, segundo a qual a área da educação seria uma das mais bem avaliadas na gestão Dilma.

O petista criticou, então, o vice de Serra, Alexandre Schneider (PSD). "O Serra não tem expediente na educação. Ele não conhece os dados da educação no País, muito menos em São Paulo. Você sabe que um dos poucos secretários de Educação que não cumpriram as metas do Ministério da Educação, que foram pactuadas e assinadas pelos prefeitos, foi o vice dele? O vice dele fracassou no cumprimento de metas pactuadas de livre e espontânea vontade com o ministério da Educação. Quer dizer, não olha para a própria chapa", declarou sobre as metas estabelecidas entre São Paulo e o governo federal em 2007.

A ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT), participaria da carreata com Haddad, mas não pôde esperar pelo candidato, que acabou chegando quase uma hora atrasado ao compromisso.

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