Propaganda do PSDB aumentará pressão do Centrão e do PMDB por reforma ministerial

Parlamentares prometem intensificar a cobrança para que Temer diminua o espaço do PSDB no governo

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Por Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - A propaganda partidária do PSDB veiculada na noite desta quinta-feira, 17, com críticas ao governo Michel Temer (PMDB), aumentará a pressão do Centrão, grupo do qual fazem parte PP, PSD e PR, e do PMDB, partido do presidente, por troca no comando dos ministérios que estão nas mãos dos tucanos. 

Parlamentares prometem intensificar a cobrança para que Temer diminua o espaço do PSDB no governo Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Parlamentares desses partidos prometem intensificar a cobrança para que Temer diminua o espaço do PSDB no governo. A avaliação é de que a propaganda na qual o partido critica o "presidencialismo de cooptação que vigora no Brasil" é a gota d´água que faltava para convencer o presidente a redistribuir os cargos dos tucanos. 

Nas palavras de uma influente liderança do PMDB, a relação dos outros partidos da base aliada com o PSDB, que já estava "ruim", vai "piorar" com o programa partidário, veiculado em cadeia nacional de rádio e TV. 

Hoje, o PSDB comanda quatro ministérios: Relações Exteriores, Direitos Humanos, Cidades e Secretaria de Governo. O principal alvo do Centrão e do PMDB são os dois últimos. Cidades, pela capilaridade política . Secretaria de Governo, pelo poder de comandar a articulação política e indicação para cargos na administração federal.

O Centrão já tem, inclusive, uma "proposta": transferirAntonio Imbassahy da Secretaria de Governo para o Ministério das Cidades, desalojando o também tucano Bruno Araújo do posto. No lugar de Imbassahy, o grupo quer emplacar o líder do governo no Congresso Nacional, deputado André Moura (PSC-SE).

Até antes da propaganda, o Planalto sustentava que não pretendia mexer nos ministérios do PSDB. Temia que eventuais mudanças respingassem na votação da reforma da Previdência, principal proposta econômica de interesse do governo. Nos bastidores do Congresso, porém, há quem aposte que os tucanos perderão espaço até o fim da próxima semana.