Promotoria pede anulação de sentença contra Emir Sader

O sociólogo e cientista político foi condenado por artigo publicado no site Agência Carta Maior em que chama o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, de ´racista´

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público de São Paulo entrou com recurso na Justiça pedindo anulação da decisão que condenou o sociólogo e cientista político Emir Sader a um ano de detenção e à perda do seu cargo na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), segundo informação do site Agência Carta Maior. Sader foi condenado, no último dia 24, por crime de injúria contra o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen. De acordo com a Justiça, em artigo publicado no site da Agência Carta Maior, no dia 28 de agosto de 2005, Sader classificou Bornhausen de uma série de adjetivos. Em seguida à condenação, um grupo de intelectuais e acadêmicos lançou um manifesto em apoio ao sociólogo, contestando a decisão da Justiça. Sader, que em um artigo chamou Bornhausen de ´racista´, atacava uma declaração feita pelo senador em referência ao Partido dos Trabalhadores, quando eclodiu o escândalo do mensalão. Na época, Bornhausen disse que, em função das denúncias, se veria ´livre dessa raça por, pelo menos, 30 anos´. No texto divulgado junto com o pedido de assinaturas, os intelectuais afirmaram que a decisão judicial ´transforma o agressor em vítima e o defensor dos agredidos em réu´. ´Numa total inversão de valores, o que se quer com uma condenação como essa é impedir o direito de livre expressão, numa ação que visa a intimidar e criminalizar o pensamento crítico. É também uma ameaça à autonomia universitária que assegura que essa instituição é um espaço público de livre pensamento´, afirma o documento.

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