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Promotor insiste na prisão do ?Rei do Mogno?

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público do Pará, por intermédio do promotor de Altamira, Mauro Mendes de Almeida, ingressou hoje com recurso contra a decisão da juíza da 3ª Vara Criminal daquele município, Márcia Murrieta, que não acatou pedido de prisão preventiva do madeireiro Osmar Ferreira, considerado um dos "reis do mogno" na Amazônia, e de outras onze pessoas acusadas de explorar madeira ilegalmente de terras indígenas e de áreas de preservação florestal. Segundo o promotor, a decisão da juíza, que havia determinado a abertura de processo contra os madeireiros, mas não a prisão preventiva, foi "contraditória e omissa". Para Almeida, a prisão se justifica pois os acusados, por seu poder econômico, podem prejudicar a ordem pública e a instrução processual, suprimindo provas e, principalmente, intimidando as testemunhas arroladas no caso. "São trabalhadores humildes e que não resistiriam a ameaças e intimidações de seus ex-patrões", diz ele. E acrescenta que os denunciados têm ?ligação com o crime organizado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro". O pedido de prisão decorre também do fato de os denunciados estarem cometendo os crimes há muito tempo, numa "afronta acintosa à Justiça". Relatório do movimento ambientalista Greenpeace, intitulado Parceiros no Crime mostra que Osmar Ferreira há pelo menos duas décadas vem agindo impunemente, invadindo terras indígenas e pagando preços aviltantes aos índios para extrair mogno de suas terras. Ontem, agentes da Polícia Federal e fiscais do Ibama apreenderam 3,4 mil metros cúbicos de mogno serrado em um depósito no porto de Paranaguá, no Paraná, prontos para ser exportados. Paranaguá é um dos principais portos de exportação de mogno retirado da Amazônia. A madeira foi avaliada em R$ 6 milhões e, segundo os agentes federais, não possuía documentos de autorização de extração, de transporte ou que comprovasse a origem do produto. A polícia abriu inquérito contra três madeireiras da região metropolitana de Curitiba, responsáveis pelo mogno. Osmar Ferreira, que possui negócios no Paraná, é suspeito de ser o verdadeiro dono do mogno apreendido.

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