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Promotor condenado não se apresentou à Justiça

Por Agencia Estado
Atualização:

O promotor de Justiça Igor Ferreira da Silva, de 34 anos, condenado nesta quarta-feira pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a 16 anos e 4 meses de prisão pela morte da mulher Patrícia Aggio Longo aos 28 anos, em 1998, ainda não se apresentou à Justiça. Igor ficou abalado com a condenação, principalmente pelo fato de a decisão ter sido unânime (22 votos a zero). A reportagem apurou que o promotor passou esta quinta-feira sob efeito de medicamentos, e sua família está preocupada com algum risco que Igor possa correr no 13º Distrito Policial, local escolhido pela Justiça para o início do cumprimento da pena. A preocupação de parentes é que Igor, por ter sido delegado de polícia e ter atuado no Júri, sofra represália de algum preso. O 13º DP possui apenas 20 presos com curso superior, sendo quatro por cela. O mandado de prisão foi assinado no início da tarde desta quinta pelo presidente do TJ, desembargador Márcio Martins Bonilha. Um oficial de Justiça saiu à procura do promotor nos endereços que constam do processo. Cópia do mandado também foi enviada ao Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) e Polícia Judiciária. O advogado do promotor, Márcio Thomaz Bastos, disse que permanece aguardando um contato de Igor para sua apresentação. Bastos espera o julgamento de mérito do habeas-corpus que impetrou no Superior Tribunal de Justiça (STJ), pelo qual requereu a realização de um segundo exame de DNA no corpo do bebê - Patrícia estava grávida de sete meses - para constatação de paternidade. O advogado estuda ainda recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a competência do TJ em julgar Igor em caso de homicídio. Bastos entende que o Tribunal do Júri é o foro adequado para o julgamento. Outros recursos poderão ser apresentados pela defesa. A mãe de Patrícia, Maria Cecília Aggio Longo, disse nesta quinta à reportagem que as críticas da acusação à família foram "imorais". Em sua sustentação, a procuradora Valderez Deusdedit Abbud considerou o apoio da família de Patrícia ao promotor um caso "patológico ou moral." "Quem é essa mulher para saber o que nós passamos?", perguntou. Ela disse ainda estar triste com a condenação do genro. "Enterrei minha filha, meu neto e agora meu genro. Continuaremos ao lado dele."

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