PUBLICIDADE

Proibida venda de remédio à base de mercúrio

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério da Saúde anunciou hoje a proibição da venda e uso de medicamentos que levam mercúrio em sua composição. A medida, que vigora a partir desta quarta-feira, atinge 49 medicamentos, entre anti-sépticos, soluções nasais e oftalmológicas e remédios de uso ginecológico. Em nota oficial, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), informou que a resolução foi tomada em vista da tendência mundial para reduzir a exposição de seres humanos aos derivados de mercúrio. Entre os produtos afetados pela medida estão os anti-sépticos mercurocromo e mertiolate. A Eli-Lilly, produtora do mertiolate, não quis comentar a medida. De acordo com a assessoria da empresa, a indústria ainda não havia sido comunicada da proibição até o fim da tarde de hoje. O mertiolate é vendido há cerca de 50 anos, mas a empresa não quis divulgar qual é a produção do medicamento. Para substituir os populares anti-sépticos em pequenos ferimentos, o ministro da Saúde, José Serra, disse que o ideal é usar água e sabão. O uso do iodo também é indicado. Os fabricantes terão dois meses para retirar os produtos do mercado. O presidente do laboratório Sobral, Teodoro Sobral, um dos muitos que produzem o mercurocromo em pequena escala, considerou a proibição "uma grande besteira". "Há 500 anos esse produto é fabricado", disse. "Se não fosse bom, as pessoas não usariam." O prejuízo para a empresa, no entanto, será praticamente nulo. Segundo Sobral, o mercurocromo é considerado um produto de "varejinho", com vendas muito pequenas. "É produzido por muitos laboratórios pequenos de fundo de quintal." A Sobral, que comercializa o anti-séptico nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, vende de 2 mil a 3 mil unidades por mês. A Anvisa informou ainda que o medicamento Tiomersal, que leva mercúrio, não será usado como remédio, mas como conservante de vacinas, por recomendação da Organização Mundial da Saúde.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.