Programa é o que mais tem lançamentos oficiais

Até terça-feira, o PAC, menina dos olhos do governo, terá sido anunciado em 11 cidades, incluindo 9 capitais

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Por Moacir Assunção
Atualização:

Dificilmente alguma iniciativa governamental terá sido mais lançada que o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Nada menos que cinco capitais - o Rio duas vezes - já foram visitadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde janeiro, quando foi oficialmente divulgado o PAC. Outras quatro devem receber sua visita neste mês: Natal e Teresina (hoje) e Campo Grande e Cuiabá (na terça-feira). Três cidades importantes do interior - Araguaína (TO), Olinda (PE) e João Pessoa (PB) - também acolheram, com muita pompa, a comitiva presidencial, sempre com o objetivo oficial de "inaugurar obras de saneamento e urbanização". O PAC, menina dos olhos do governo petista, é a principal aposta eleitoral do presidente. O programa representa a possibilidade de Lula capitalizar apoio popular e deixar sua marca em áreas nas quais é sempre criticado, como as relacionadas à infra-estrutura. O presidente, subitamente, riscou do seu mapa as cidades do Centro-Sul, que só devem voltar à sua agenda lá pela metade do próximo mês. Antes, entre os dias 5 e 10 de agosto, Lula vai fazer um tour pelo México e América Central. Após as vaias na abertura dos Jogos Pan-Americanos e do acidente com o avião da TAM em São Paulo, Lula passou a evitar circular por cidades como Porto Alegre - de onde saiu o vôo JJ-3054, que explodiu no Aeroporto de Congonhas -, Curitiba e Florianópolis, nas quais suas avaliações de popularidade são piores. Hoje, os eventos têm se concentrado no Nordeste, onde a situação é inversa. De acordo com pesquisa CNI/Ibope de junho, as avaliações positivas do governo nessa região chegam a 61%, ante 47% no Sudeste e 36% no Sul. RIO O Rio foi a primeira cidade a sediar, em 5 de fevereiro, o lançamento do PAC. Era a assinatura de um convênio entre o Ministério dos Transportes e governo do Estado para construir o Arco Rodoviário Metropolitano, que vai ligar o porto de Itaguaí às principais rodovias. Na seqüência vieram Araguaína (TO), Belo Horizonte, São Paulo, Rio novamente, Olinda (PE) e Aracaju (SE). Em Minas, em 21 de junho, Lula trocou afagos com o governador tucano Aécio Neves, um dos prováveis candidatos à Presidência em 2010, ao mesmo tempo que cancelava encontro com o governador paulista José Serra, colega de partido do mineiro. No discurso, Lula, após inaugurar a duplicação de uma avenida que custou R$ 53 milhões, disse considerar a administração de Aécio um modelo, no que diz respeito à relação com o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). Na seqüência, cometeu a gafe de chamar o petista de "governador". Somente uma semana depois, o presidente iria a São Paulo, procurando manter relação harmoniosa com Serra.

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