Programa de saúde indígena prevê atendimento psicológico

Chefe do Dsei diz que acompanhamento é fundamental para impedir o crescimento de problemas

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Por Redação
Atualização:

Garantir a saúde mental e o bem-estar emocional de indígenas ainda representa um grande desafio que o Brasil precisa superar. A avaliação é do chefe do Distrito Especial de Saúde Indígena (Dsei) do Alto Rio Solimões, Plínio da Cruz.

 

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Em entrevista à Agência Brasil, ele ressaltou que, nesse sentido, o acompanhamento e o cuidado com os povos indígenas é fundamental para impedir o crescimento de problemas que atualmente afetam essas populações, sobretudo na região que representa, como o consumo exagerado de bebida alcoólica, a incidência de casos de violência e o uso de entorpecentes. O Dsei é responsável por seis municípios e aproximadamente 42.093 indígenas.

 

"É evidente que o alcoolismo, a violência e o consumo de drogas estão relacionados à saúde mental e emocional dos indígenas. Enquanto instituição, somos responsáveis pela saúde desses povos e por isso temos que pensar em avançar em questões que são extremamente necessárias para impedir esses problemas", considerou.

 

No caminho rumo à garantia desse objetivo (saúde mental e emocional dos indígenas), a equipe do Dsei do Alto Solimões iniciou em outubro do ano passado um trabalho pioneiro no interior do Amazonas: a implantação do programa de Saúde Mental Indígena.

 

Além de Manaus, somente a unidade representativa da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) na região do Alto Rio Solimões conta com a atuação de um psicólogo para atendimento direto aos povos indígenas. Com esse profissional, o trabalho da instituição cresce no sentido dos diálogos, nas orientações individuais e familiares e com o esclarecimento de dúvidas entre os adolescentes.

 

Segundo Cruz, um número maior de profissionais, como psicólogos e assistentes sociais, poderia contribuir para a resolução dos problemas.

 

"A atuação da psicóloga em nosso distrito vai ajudar na prevenção de problemas relacionados aos casos de violência e alcoolismo. É um trabalho pioneiro e, portanto, com muitas dificuldades e desafios. Estamos nos organizando para estruturação dessa atividade, levantando dados e buscando contribuir não só com a nossa região, mas com o estado para garantir o alcance do nosso objetivo", disse.

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A psicóloga responsável pela implantação do programa de Saúde Mental Indígena do Dsei no Alto Rio Solimões é Karina Paranhos. Ela ressaltou que a prevenção e a promoção da saúde desses povos, com respeito aos seus costumes e tradições é o principal objetivo do programa.

 

"Ainda estamos numa fase experimental. Fazê-los entender sobre a saúde mental e emocional é um grande desafio. Os povos indígenas com os quais trabalhamos ainda não entendem o que é um psicólogo. Me chamam de enfermeira", contou a psicóloga.

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