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Professores querem liberar salário para negociar

Por Agencia Estado
Atualização:

Menos de 24 horas depois de negociar com representantes do Ministério da Educação, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) decidiu nesta quinta-feira só voltar a discutir uma solução para o fim da greve nas universidades federais com o pagamento do salário de setembro. O bloqueio do vencimento, determinado pelo ministro Paulo Renato Souza, foi considerado legal pela Justiça. Os professores universitários estão paralisados desde 22 de agosto. A decisão dos professores de interromper novamente o diálogo foi tomada pelo comando de greve do Andes e será avaliada pelas assembléias das seções sindicais da entidade nos Estados. A retenção do salário já havia levado os sindicalistas a deixarem as conversas no dia 26 de setembro. Mas com a entrada do presidente Fernando Henrique Cardoso nas negociações, eles voltaram a negociar na tarde de quarta-feira. Nesse dia, em encontro no Ministério da Educação, o governo propôs reajuste de 30% na Gratificação de Estímulo à Docência (GED), no próximo ano, que significaria um aumento salarial médio de 12%. O reajuste representaria despesa anual de R$ 250 milhões. O Andes, porém, insiste na incorporação ao salários de vencimentos que são pagos por meio de gratificações. A incorporação da GED e da Gratificação de Atividade Executiva (GAE), como quer o sindicato, representaria despesa anual de R$ 470 milhões. "Sem a incorporação, a diferença salarial entre ativos e inativos aumenta", afirma o presidente do Andes, Roberto Leher. O MEC alega que as gratificações para estimular a produção fazem parte das diretrizes traçadas pelo governo na área de ensino superior. Nas salas do Ministério da Educação, os técnicos tentaram fechar ainda hoje um acordo com a Federação de Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra). Mas o fim da paralisação dos servidores de apoio, que começou no dia 25 de julho, ainda depende de ajustes no projeto de lei que será enviado pelo Executivo ao Congresso para aumentar as remunerações. Convencidos por deputados da Comissão de Orçamento, os sindicalistas da Fasubra abriram mão de reajuste ainda neste ano. A Câmara descartou o remanejamento de dinheiro de 2001. A federação encaminhou aos sindicatos regionais a proposta do governo em incorporar a Gratificação de Atividade Executiva (GAE), que representará aumentos salariais de 15% a 50% e despesa anual de cerca de R$ 500 milhões. Os 17 mil funcionários das escolas técnicas federais e do Colégio Pedro II, do Rio, também estão perto de um acordo. O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (Sinasef) levará para as seções sindicais das 42 escolas em greve proposta do governo de aumento de 30% da Gratificação de Incentivo à Docência (GID). A incorporação leva em conta carga horária e titulação do professor e varia de R$ 128 a R$ 748.

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