Professores da FFLCH-USP convocam alunos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Direção e professores da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP resolveram chamar os alunos para comparecer à unidade no dia 5, data que, segundo o calendário escolar, marca o fim das férias. Os estudantes estão em greve há três meses e a maioria não aparece na faculdade desde o início do movimento. "Queremos colocá-los a par do que está acontecendo, mesmo que não possamos dar aulas, por causa da greve", diz o chefe de departamento de Sociologia, Lísias Negrão. Esta semana, a reitoria da USP fez uma última proposta para tentar acabar com paralisação, oferecendo 92 professores, sendo 68 em 2002 e 24 em 2003. "Vamos explicar a eles que essa proposta é aceitável. Assim, podem votar pelo fim da greve." Até as 20 horas de hoje, a assembléia dos estudantes, que decidiria o destino do movimento, não havia terminado. Poucos acreditavam, porém, que a greve acabaria. Os alunos se diziam decepcionados com a oferta, já que reivindicam 259 professores. "A faculdade nem teria condições de fazer tantos concursos públicos, para contratar mais do que 92 professores", diz Negrão. A proposta feita pelo reitor foi aceita pela congregação da FFLCH, que reúne professores e funcionários dos cinco cursos. Desde o início da greve, a direção vinha apoiando os alunos e essa foi a primeira vez que se posicionou a favor de uma oferta da reitoria. Segundo o novo diretor da FFLCH, Sedi Hirano, caso os estudantes fizessem uma contraproposta, ela dificilmente teria êxito. Isso porque o reitor decidiu que qualquer nova negociação deverá ser feita no Conselho Universitário, órgão máximo da USP. "O que a faculdade quer é que os alunos participem das discussões e da assembléia, para que ela realmente represente a vontade de todos", disse Hirano, no site da FFLCH. Os alunos têm outra assembléia marcada para o dia 7. Apenas cerca de 5% dos 12.744 estudantes da unidade têm participado das votações.

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