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Professora afirma que Milton Santos foi "revolucionário"

Por Agencia Estado
Atualização:

O corpo do geógrafo e professor emérito da Faculdade de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), Milton Santos, que faleceu na manhã de hoje, está sendo velado no Cemitério da Paz, no bairro do Morumbi, em São Paulo. Familiares e amigos do professor já começaram a chegar. Vítima de câncer, o professor tinha 75 anos. Chegou há pouco a atriz Denise Stoklos, um antiga admiradora do trabalho do geógrafo, cujas obras serviram de base para algumas de suas peças. Embora tenha tido pouco contato pessoal com ele, Denise afirma que o admirava muito por ser "extremamente revolucionário e capaz de falar as coisas mais fortes com serenidade". Também está no local a geógrafa e professora da USP, Maria Adélia de Souza, parceira de trabalho de Santos. Segundo ela, o contato entre ambos ficou mais estreito na França. O professor esteve fora do País, entre 1964 e 1971, morou na Tanzânia, Madagascar, França, Venezuela e EUA, onde ajudou a fundar uma das mais importantes revistas da época, a ´Antipode´. Ao retornar, permaneceu dois anos em Salvador e veio para São Paulo, em 1973. Em 1982, tornou-se professor da USP. Junto com Maria Adélia, criou o Laboratório de Geografia e Política e Planejamento Territorial e Ambiental, berço de muitos trabalhos de pesquisa. "Ele foi um revolucionário, na mais bonita concepção da palavra", diz Adélia. Milton Santos deu aulas no curso de pós-graduação da Faculdade de Geografia até o final do ano passado. Milton Santos estava com câncer há alguns anos e se afastou de suas atividades em março, quando passou a trabalhar em casa. Sua última obra, "Brasil: território e sociedade no início do século XXI", foi publicada no início do ano pela editora Record. No começo do ano o geógrafo foi convidado pela prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, para coordenar uma comissão independente encarregada de inserir a capital paulista no processo de globalização. O professor, no entanto, não chegou a atuar no projeto. O enterro do professor está marcado para as 16h. Foi vetado o acesso da imprensa à sala onde Milton Santos está sendo velado e à cerimônia de sepultamento.

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